No próximo dia 12 de maio assinala-se o Dia Mundial da Fibromialgia, uma síndrome caracterizada por dor crónica e generalizada que os doentes localizam, sobretudo, no aparelho locomotor, e que está tipicamente relacionada com uma grande variedade de sintomas, entre os quais se destacam a fadiga persistente, o sono não reparador, a rigidez generalizada e os sintomas ansioso-depressivos.
A fibromialgia é uma das principais condições causadoras de dor, e a alteração do sono afeta mais de 90% destes doentes, que apresentam uma duração reduzida da etapa do sono que determina a qualidade do mesmo e garante a recuperação do organismo. Considerando que a fibromialgia pode alterar a qualidade do sono e que este distúrbio do sono pode agravar a fibromialgia, a abordagem terapêutica de ambos deve ser comum.
A Dra. Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “a fibromialgia, caracterizada pela dor crónica que provoca, afeta a qualidade de vida do doente e das famílias, não apenas devido à dificuldade e incapacidade física, funcional e motora, mas também ao ter um grande impacto a nível pessoal e emocional, sendo fundamental que os doentes procurem formas de atenuar os sintomas”.
Para dormir melhor, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), recomenda a adoção de medidas simples de “higiene de sono”: dormir num ambiente adequado, manter uma rotina de horários, evitar o consumo de cafeína e álcool, praticar técnicas de relaxamento e usar colchões e almofadas de densidade adequada.
Também a alimentação é um grande aliado no tratamento da fibromialgia. A variedade e equilíbrio alimentar são fundamentais, sendo importante a ingestão de alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C) e potássio, como frutas cítricas, manga, papaia, kiwi, morango, brócolos, banana, farelo de aveia, nozes. Também são importantes os alimentos ricos em cálcio e em magnésio, pois melhoram a contração muscular e a transmissão dos impulsos nervosos, como couves, agrião, lacticínios, feijão, lentilhas, espinafres, etc. A par disto, as fontes de triptofano aumentam a produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. São exemplos destas fontes: carnes magras, peixe, iogurte desnatado, leguminosas, damasco e açaí.
O exercício físico regular, de acordo com as capacidades do doente, é primordial no controlo da dor, pelas endorfinas que liberta e sensação de bem-estar a que se associa. O exercício é uma das principais estratégias não farmacológicas no controlo da dor associada à fibromialgia.
A fibromialgia é mais comum em mulheres, com idades geralmente entre os 35 e os 50 anos, e representa grande impacto no bem-estar, na qualidade de vida e no seu desempenho profissional. A fibromialgia não tem cura, mas o acompanhamento dos doentes por um médico especialista é essencial, já que permite o controlo da doença e possibilita uma melhoria significativa dos sintomas através de uma terapêutica adequada.