No Dia Mundial da Saúde Sexual, que se assinala hoje, é importante chamar a atenção para o impacto dos miomas uterinos na vida sexual das mulheres.
Atualmente, estima-se, segundo comunicado da Gedeon Richter, que entre 20% a 40% das mulheres em idade reprodutiva possam vir a desenvolver miomas uterinos, e essa prevalência pode chegar a 70%-80% aos 50 anos. Em Portugal, cerca de dois milhões de mulheres são afetadas por esta patologia, sendo que, entre 2000 e 2015, mais de 102.476 mulheres foram hospitalizadas por miomas uterinos.
Os sintomas
Embora 60% dos casos sejam assintomáticos e não interfiram com a vida sexual, alguns miomas podem, em função dos sintomas associados como a sensação de compressão dos órgãos vizinhos, a dor pélvica intensa e a hemorragia menstrual abundante e prolongada, afetar significativamente a forma como a mulher vive a sua sexualidade. Estes sintomas provocam desconforto físico importante, mas também têm um forte impacto na vida sexual das mulheres. Esta passa a ser frequentemente desconfortável, dolorosa e limitada pelo número de dias em que a hemorragia vaginal é intensa. Esta situação pode levar muitas mulheres a evitar as relações sexuais, com o consequente impacto negativo na sua autoestima, líbido e satisfação sexual e eventualmente nos seus relacionamentos.
Além dos efeitos diretos na sexualidade feminina, os miomas uterinos podem também perturbar o ciclo reprodutivo e ter implicações na fertilidade, podendo associar-se a dificuldades em conseguir uma gravidez e aumentando o risco de aborto espontâneo e de parto prematuro. Esta realidade pode ser particularmente desafiante para a saúde emocional das mulheres, sendo que vários estudos demonstram que, devido à sintomatologia associada, as mulheres com miomas uterinos têm maior risco de sofrer de ansiedade, depressão e alterações da imagem corporal.
Opções de tratamento
Atualmente, existem várias opções de tratamento para os miomas uterinos, dependendo da gravidade dos sintomas e das características individuais de cada mulher, que podem incluir o recurso a medicamentos ou suplementos alimentares que podem ser importantes na compensação da anemia causada pelas hemorragias menstruais, mas sobretudo os tratamentos hormonais que têm como objetivo controlar os sintomas e o crescimento dos miomas e também pode estar indicada a cirurgia.
Neste caso devem ser privilegiados, ainda de acordo com o comunicado citado, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos e também aqui o tratamento médico hormonal tem um papel importante, ao possibilitar essa abordagem a situações em que inicialmente não seria possível.