Dia Nacional do Farmacêutico: “Ficaria satisfeito se os farmacêuticos efetivamente integrarem plenamente a rede de prestadores de cuidados de saúde” 145

Hoje, 26 de setembro, dia em que se comemora o Dia Nacional do Farmacêutico, Helder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos contou, ao NETFARMA, quais os principais desafios que a profissão enfrentou este ano e ainda revela os desejos que gostaria que se concretizassem no próximo ano.

 

Os desafios (deste ano) da profissão

Para Helder Mota Filipe, o último ano foi pródigo em desafios profissionais, nas múltiplas áreas de intervenção da profissão. “Pela primeira vez, os farmacêuticos comunitários foram formalmente integrados na campanha de vacinação contra a gripe e a COVID-19”, sendo que “os excelentes resultados dessa intervenção são inquestionáveis, como demonstram os números oficiais publicados”.

Por isso, segundo o bastonário, “é importante que a campanha deste ano, que se iniciou no final da semana passada, possa manter o mesmo nível de cobertura vacinal nos diversos grupos etários. Os portugueses já não dispensam este serviço, prestado por farmacêuticos comunitários. Valorizam-no e não aceitarão voltar a um modelo que dificulte o acesso e diminua a cobertura vacinal”.

Não obstante, “foi ainda um ano em que se sedimentaram novos serviços farmacêuticos, como a renovação da terapêutica crónica ou a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade. Em que aprovámos regulamentação e normas profissionais para garantir a sua qualidade e segurança daqueles serviços, para que todos os portugueses possam deles beneficiar nas melhores condições”.

Apesar das vitórias, “infelizmente, continuam por resolver os problemas que os farmacêuticos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde enfrentam. Com falta de recursos técnicos e humanos, denunciados publicamente por vários colegas. Com um evidente desinvestimento em instalações e equipamentos. E com uma legislação para a Farmácia Hospitalar obsoleta, de 1962, que importa rever e ajustar ao que hoje se espera de um Serviço Farmacêutico Hospitalar”, conclui o responsável.

 

O que farmacêuticos devem comemorar (sobretudo) este ano

“Devemos comemorar a resistência e a entrega dos nossos colegas ao bem-estar dos cidadãos. A sua devoção à profissão e à população que servem. Apesar de todos os obstáculos que enfrentam, mantêm a disponibilidade, a dedicação e o esforço para que as dificuldades sejam ultrapassadas”, destaca Helder Mota Filipe.

Numa realidade onde “os sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam o importante desafio de conciliar a sustentabilidade e o acesso à inovação, os farmacêuticos desempenham um papel essencial para a definição de requisitos e critérios rigorosos na prestação de cuidados”.

 

O que (deveriam os farmacêuticos poder) comemorar para o ano

Olhando para o futuro, o bastonário revela que “tenho plena consciência de que nem todos meus desejos e os desejos dos farmacêuticos são concretizáveis no prazo de um ano”.  Deste modo, sublinha que “temos um longo caminho a percorrer em prol da valorização da profissão. Para prestar mais e melhores cuidados aos portugueses”.

Mas Helder Mota Filipe “ficaria satisfeito se os farmacêuticos efetivamente integrarem plenamente a rede de prestadores de cuidados de saúde, com acesso à informação clínica que lhes permita desenvolver mais serviços, com a informação adequada a suportar a sua intervenção. Mais importante do que para os farmacêuticos é sinónimo de prestação de mais e melhores serviços ao cidadão”.

 

O NETFARMA está a publicar uma série de textos no âmbito do Dia Nacional do Farmacêutico. Leia também o artigo sobre os Farmacêuticos Comunitários, os Farmacêuticos Hospitalares, os Farmacêuticos na Indústria Farmacêutica, e os Estudantes de Farmácia.