Diabetes: Portugal “tem falhado” no diagnóstico precoce 19

No âmbito da 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça a importância da adoção de medidas preventivas para as doenças crónicas. No momento em que a Assembleia Geral das Nações Unidas faz o balanço dos objetivos para o desenvolvimento sustentável, é importante recordar que as doenças crónicas são uma das maiores ameaças para atingir esses objetivos e para o desenvolvimento económico de cada país.

A APDP, em comunicado, alerta, mais uma vez, para a necessidade crítica de fortalecer as estratégias de prevenção primária, promovendo hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física desde a infância. No entanto, a prevenção secundária, através do diagnóstico precoce, é também fundamental para evitar complicações e reduzir o impacto da doença.

“É cada vez mais urgente acabar com a visão de que a diabetes é uma doença provocada pelo estilo de vida, sem considerar a sua complexidade, a influência da genética, dos ambientes obesogénicos e o impacto das desigualdades sociais”, realça José Manuel Boavida, no comunicado citado. Para o presidente da APDP, “a prevenção secundária, isto é, o diagnóstico precoce das doenças ou dos seus estadios anteriores tem de ser uma prioridade para Portugal, que tem falhado nesta matéria”.

O país, assim como grande parte do mundo, enfrenta desafios na implementação de programas eficazes de rastreio e diagnóstico precoce da diabetes, defendendo a APDP  a criação de uma abordagem nacional coordenada, que integre unidades de saúde, autarquias, organizações comunitárias e outros agentes sociais, garantindo acessibilidade e cobertura a toda a população.

“A integração dos cuidados é fundamental na resposta às doenças crónicas, ainda mais numa doença tão complexa como a diabetes. Atualmente, mais de 40% dos portugueses entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes ou pré-diabetes. É importante continuarmos a abordar a forma como a evolução do tratamento e também a melhor compreensão da doença têm melhorado a vida das pessoas com diabetes. Mas é urgente investir para detetar e tratar a diabetes de forma mais precoce”, defende João Filipe Raposo, diretor clínico na APDP.