Diagnóstico de cancro do pulmão aumenta nas mulheres e consumo de tabaco é preponderante, diz associação 365

Assinala-se esta sexta-feira, dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, data que assinala as conquistas e os progressos, mas também os desafios na atualidade e no futuro. E relativamente às doenças oncológicas, nomeadamente a do pulmão, que é um dos mais diagnosticados na atualidade e a principal causa de morte por cancro em Portugal, apesar de esta patologia ainda ocorrer maioritariamente no sexo masculino, tem-se observado um crescimento significativo da taxa de incidência na mulher.

Diversos fatores podem contribuir para esse aumento, mas o crescimento do consumo de tabaco nas mulheres é preponderante, visto que o tabagismo está associado a cerca de 85% dos diagnósticos, revela, em comunicado, a Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão. E no Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas, relativo ao ano de 2022, demonstra que em 2001 as taxas situavam-se entre os 18% e os 19%, crescendo para 23,4% em 2022.

Segundo os dados nacionais, em 2020, ocorreram 5.415 diagnósticos de Cancro do Pulmão, dos quais 1.482 eram mulheres (27,4%) e 3.933 (72,6%) em homens, com 13 óbitos diários por cada 15 doentes.

Segundo Isabel Magalhães, “ao longo dos anos as mulheres vieram a adquirir de forma progressiva hábitos tabágicos semelhantes aos homens”, salientando que “as novas formas de tabaco constituem também uma nova ameaça”.

“Acresce que alguns estudos apontam para uma menor tolerância para o tabaco pela mulher, sendo que uma carga tabágica semelhante terá efeitos mais nefastos comparativamente ao homem”, refere a presidente da Pulmonale.

Neste dia que agora se assinala, a Pulmonale vem sensibilizar para a importância de cuidar da saúde pulmonar, promovendo estilos de vida saudáveis e sem consumo de tabaco, alertando para a necessidade da deteção precoce, principalmente para as consumidoras de tabaco, nas suas várias formas. No entanto, não devem ser desvalorizados eventuais sintomas, já que o cancro do pulmão pode surgir em não fumadoras.

É que o diagnóstico tardio e em estado avançado ou metastizado, representa 70% a 80% dos casos, situação em que já não há terapêutica curativa e que a resposta dos doentes aos tratamentos reduz consideravelmente.