Diferença entre mulheres e homens com sintomas de depressão é maior em Portugal 25 de Outubro de 2016 Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu que avaliou 21 países. São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%. «Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens», refere o estudo “European Social Survey”, mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha, avançou a “Lusa”. Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a perceção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens. As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços. O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde. Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por fatores referentes às condições de habitação, seguindo-se os fatores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou atividade física). Aliás, em todo o estudo se verificou que as desigualdades na saúde são menos explicadas por fatores comportamentais e mais por fatores ocupacionais e pelas condições de habitação. O “European Social Survey”, feito com base em dados recolhidos em 2014 e 2015, conclui que a promoção de estilos de vida saudáveis por si só não é suficiente para reduzir problemas de saúde, devendo a estratégia passar por melhorar as condições físicas de trabalho e melhorar as políticas de distribuição do rendimento. |