Dificuldades informáticas impediram deteção de mais cancros orais 27 de Fevereiro de 2015 Catorze casos de cancro foram identificados através do Projeto de Intervenção Precoce do Cancro Oral (PIPCO), mas o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas responsabiliza o sistema informático por impedir que os cheques de diagnóstico chegassem a mais pessoas. Entre março e dezembro do ano passado, 2.412 pessoas receberam um cheque de diagnóstico ao abrigo do PIPCO, segundo dados da Ordem dos Médicos Dentistas. Na sequência destas consultas de diagnóstico foram emitidos 320 cheques biópsia, havendo 14 casos positivos. Em declarações à agência “Lusa”, o bastonário Orlando Monteiro da Silva enalteceu estes resultados, lamentando que os problemas no sistema informático tivessem impedido que estes valores fossem melhores. «Não há mais cheques emitidos porque há dificuldades no registo informático», disse, sublinhando que o resultado destas complicações é uma menor identificação de casos positivos para cancro oral. O bastonário adiantou que o ministro da Saúde já tem conhecimento destes constrangimentos e espera que os mesmos sejam resolvidos, para que sejam atingidos os 5.000 cheques de diagnóstico em 2015. Em causa está a plataforma informática do cheque dentista, à qual foi acrescentado um módulo para o cancro oral, que não estará a funcionar com a celeridade necessária. «Além da perda de tempos desnecessários por parte de todos os que contactam com o programa, ficamos com a sensação de que podíamos ter feito mais e neste momento existirem mais casos de cancro oral detetados», adiantou. Sobre os resultados do programa em 2014, Orlando Monteiro da Silva disse que o número de biópsias positivas chegou aos cinco por cento, o que «está em linha com as estimativas para a prevalência do cancro oral na população portuguesa». O cancro oral é dos carcinomas com maior taxa de mortalidade em Portugal, essencialmente devido à sua deteção tardia. |