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Direção-Geral de Saúde anuncia descida da taxa de infeção hospitalar

15 de setembro de 2014

As incidências de infeção hospitalar da corrente sanguínea pela bactéria Staphylococcus aureus e por MRSA diminuíram em 3 e 5%, respetivamente, entre 2012 e 2013, divulgou ontem a Direção-Geral de Saúde (DGS).

O Staphylococcus aureus é uma bactéria frequentemente causadora de infeção e com elevada agressividade e que, quando adquire resistência à meticilina – forma habitualmente designada pelo acrónimo MRSA -, torna-se mais difícil de tratar, exigindo antibióticos específicos para tratamento e promoção ou manutenção de internamento hospitalar, explicou a DGS, em comunicado.

Portugal era um dos países europeus com mais elevada taxa de resistência daquele tipo, tendo, segundo a DGS, a incidência deste agente resistente aumentado de 45,5 para 54,6%entre 2003 e 2011, isto é, 54,6% dos Staphylococcus aureus eram resistentes à meticilina em 2011.

«Há evidência deste panorama estar a melhorar. De facto, a taxa de resistência à meticilina do Staphylococcus aureus diminuiu em cerca de 15%nos últimos dois anos (2011 para 2013) e em cerca de 13% no último ano (2012 para 2013). Mais do que isso, as incidências de infeção hospitalar da corrente sanguínea por Staphylococcus aureus e por MRSA diminuíram em 3 e 5%, respetivamente, entre 2012 e 2013», salientou a DGS, citada pela “Lusa”.

Para esta descida, a DGS aponta a oportunidade da criação, em fevereiro de 2013, do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, com estatuto de programa de saúde prioritário, e a organização de uma cadeia vertical de gestão desde o Departamento de Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde, onde o programa está sediado, até às unidades locais de saúde, passando pelas Administrações Regionais de Saúde.

Paralelamente, a publicação e divulgação de novas normas que regulam as precauções básicas de controlo de infeção, a prevenção de feridas, a prevenção de infeção do local cirúrgico, a correta utilização de antibióticos em profilaxia cirúrgica e a duração de terapêutica antibiótica levaram a que o antibiótico fosse usado menos vezes e por menos tempo.

«Indicador desta estratégia é o facto da razão entre antibióticos de espectro largo (mais indutores de resistência bacteriana) e de espectro estreito (com menor capacidade de indução de resistência) ter diminuído em 2013 em cerca de 10%, após aumento sustentado entre 2003 e 2012», observou a DGS.

A DGS espera que a implementação de equipas de apoio à prescrição de antibióticos em todos os hospitais e Agrupamentos de Centros de Saúde, o lançamento da Campanha Nacional de Precauções Básicas de Controlo de Infeção, a publicação prevista de uma Norma “anti-MRSA” e a crescente adesão das unidades de saúde às redes nacionais de vigilância epidemiológica «consolidem ainda mais estes resultados positivos».

O anterior aumento de prevalência daquela bactéria resistente (MRSA) estava habitualmente associado a menor cumprimento das precauções básicas de controlo de infeção, nomeadamente adequada higiene das mãos, correto uso de luvas e boa higiene ambiental, bem como ao uso menos sensato de antibióticos.