31 de Outubro de 2016 A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, advertiu hoje que o orçamento da organização não pode ser completamente financiado sem novas contribuições, situação que o seu sucessor, que assumirá o cargo em 2017, terá de enfrentar. Chan apontou «importantes défices» para o orçamento de 2016/2017, ao discursar numa conferência organizada pela OMS e na qual participam mais de cem representantes de Estados-membros e organizações. «Sem financiamento adicional, o atual orçamento não pode ser plenamente financiado e implementado», alertou, explicando que se por um lado os Estados-membros pedem mais à OMS, mas por outro não só não aumentam as contribuições, como nalguns casos as diminuíram. O programa mais requisitado e simultaneamente menos financiado é o das emergências sanitárias, estando apenas assegurados 56% dos 485 milhões de dólares (441 milhões de euros) necessários. Margaret Chan frisou que as lições aprendidas com a epidemia de ébola «sublinham a necessidade de a OMS ter uma capacidade [financeira] suficiente antes da próxima crise». Por outro lado, sustentou, numa altura em que o mundo está «tão perto» da erradicação da pólio, o investimento é decisivo, o que é válido para outras iniciativas, como a luta contra a resistência aos antibióticos ou a luta contra a sida. A difícil situação financeira da Organização Mundial de Saúde vai ser um dos desafios a enfrentar pelo próximo diretor-geral, a escolher de entre seis candidatos – o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a italiana Flavia Bustreo, o francês Philippe Douste-Blazy, o britânico David Nabarro, a paquistanesa Sania Nishtar e o húngaro Miklos Szocska. O processo de escolha iniciou-se em abril, com a apresentação de candidaturas, e termina em maio de 2017 com uma votação na Assembleia-Geral da ONU. |