Dívidas antigas das farmácias a distribuidores são mais de 80 ME 1222

As farmácias devem mais de 80 milhões de euros aos distribuidores farmacêuticos apenas em dívidas acumuladas e dificilmente recuperáveis, indicam os dados de um estudo que será hoje divulgado no Congresso Nacional da Distribuição Farmacêutica.

O valor das dívidas dificilmente recuperáveis das farmácias aos distribuidores farmacêuticos têm reduzido de forma significativa nos últimos três anos, mas mantém-se mais do dobro do valor de 2012.

O estudo encomendado pela ADIFA, ao qual a agência “Lusa” teve acesso, revela que as dívidas acumuladas e dificilmente cobráveis chegaram a um valor de 107,9 milhões de euros em 2014, estando em 2017 em quase 81 milhões de euros.

O presidente da Associação, Diogo Gouveia, adverte que a crise vivida nas farmácias teve impacto na distribuição dos medicamentos e que ainda são visíveis esses efeitos.

«Há um problema que não está resolvido, que são os 80 milhões de imparidades. As empresas [de distribuição] têm de ter resultados suficientes para conseguir recuperar esse valor perdido. Não há, atualmente, imparidades novas, mas há um passado que não está totalmente resolvido», confirmou Diogo Gouveia à fonte.

Para a Associação de Distribuidores Farmacêuticos, a «degradação do preço dos medicamentos coloca em risco» o serviço prestado pelas empresas de distribuição. Os distribuidores defendem que devem ser revistos os preços dos medicamentos, porque Portugal tem dos preços «mais baixos da Europa».

Após o período de maior contração do mercado, no período de crise económico-financeira, o mercado farmacêutico português subiu entre 2014 e 2016 a uma taxa de 6%, mesmo assim a um ritmo inferior ao da média dos países da União Europeia, de 9%.

Os dados indicam que a distribuição farmacêutica contribui com mais de 218 milhões para o PIB, dos quais 144 milhões de impacto direto e 74 milhões de impacto indireto.