A mais recente campanha do IKEA, e as respostas imediatas de outras marcas, tem feito a maioria dos profissionais ligados a esta área saltar de satisfação.
O buzz nas redes sociais foi enorme e deu direito a destaque em diversos meios de comunicação, o que, inevitavelmente, terá gerado ganhos de notoriedade para as marcas envolvidas.
O que, na minha opinião, muitos parecem esquecer é que a Publicidade é muito mais que a comunicação imediata de produtos. A Publicidade, por ser a voz das marcas, é uma das suas mais importantes fontes de identidade. E é aqui que tenho grande resistência em alinhar pela maioria e bater palmas de pé. É mesmo aquela a imagem que a IKEA quer construir para si? São aqueles os valores da marca? Tenho dúvidas.
Carlos Coelho, um dos publicitários portugueses que é uma referência em termos de gestão de marcas, explicou-o muito bem num recente artigo de opinião. Vai até mais longe, falando do papel da Publicidade na sociedade. No essencial, ele afirma que a Publicidade tem a obrigação de estar do lado dos bons. Não poderia estar mais de acordo.
Aliás, do modo como está o mundo, esse é um lado que precisa urgentemente de reforços.
João Barros
Professor na Escola Superior de Comunicação Social e Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
