Pelo menos 135 pessoas já morreram no sudeste da República Democrática do Congo (RDCongo) desde que foi dado o alerta para uma doença sob investigação que afetou mais de 400 pessoas nas últimas semanas na província de Kwango.
O alerta sanitário foi declarado pela primeira vez em 25 de outubro e os doentes apresentam febre, dores de cabeça, tosse, congestão nasal, dificuldades respiratórias e anemia.
Desde então e até sexta-feira (dia 06), as autoridades sanitárias congolesas registaram, segundo a Lusa, 135 mortes – apenas 31 das quais em centros de saúde, o que sugere que as pessoas estão a morrer em casa – e 416 casos, informa a estação de rádio das Nações Unidas no país, Radio Okapi.
Fontes sanitárias da região garantiram aos meios de comunicação social que continuam a trabalhar “intensamente” para combater a doença.
A RDCongo está em “alerta máximo”, disse na quinta-feira o ministro congolês da Saúde Pública, Samuel Mulamba.
O chefe do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, Jean Kaseya, explicou que “os primeiros diagnósticos” apontam para “uma doença respiratória”, mas são necessários “resultados laboratoriais”.
Segundo o diretor do Instituto Nacional de Saúde Pública, Dieudonne Mwamba, a zona onde a doença terá tido origem, Panzi, é uma área “frágil”, com mais de 40% dos seus habitantes a sofrer de malnutrição.
A zona também foi atingida por uma epidemia de febre tifoide há dois anos e atualmente existe um ressurgimento da gripe sazonal em todo o país.
A RDCongo enfrenta também uma epidemia de varíola, com mais de 47.000 casos suspeitos e mais de 1.000 mortes suspeitas da doença no país, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.