Doentes com lúpus melhoram com tratamento com células estaminais mesenquimais 1488

Há potencial das células estaminais mesenquimais (MSCs) da medula óssea para o tratamento de doentes com lúpus, como confirmam Investigadores da Universidade de Valladolid, Espanha.

Num comunicado da Crioestaminal, primeiro banco de criopreservação em Portugal, esclarece-se que o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença autoimune que se caracteriza pela produção de anticorpos contra o próprio organismo. Vários órgãos, por exemplo os rins, pulmões e o sistema nervoso, podem ser afetados, dando origem a sintomas como fadiga, febre e dores nas articulações. Em Portugal, afeta cerca de 0,07% da população, especialmente mulheres, com impacto na sua qualidade de vida.
A doença é geralmente controlada com fármacos imunossupressores e corticosteroides. No entanto, o tratamento convencional revela-se insuficiente em mais de 30% dos doentes, que sofrem recaídas ou não respondem ao tratamento.

Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da da empresa, menciona que «vários estudos publicados nos últimos anos indicam que esta nova opção terapêutica baseada em células estaminais mesenquimais poderá vir a ficar disponível para estes doentes. Estas células têm a capacidade de regular o sistema imunitário, podendo ser obtidas, por exemplo, a partir da medula óssea ou do tecido do cordão umbilical».

Após a aplicação de MSCs da medula óssea a três doentes diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) há mais de 15 anos, com dificuldade em controlar a doença recorrendo à terapêutica convencional, os investigadores verificaram que o estado de saúde dos pacientes tinha sofrido uma melhoria considerável, sem efeitos adversos relacionados.
Passados nove meses, dois doentes estavam em fase de remissão completa e o terceiro em remissão parcial. Estas melhorias permitiram, ainda, diminuir entre 50 a 90% a dose de medicação utilizada para controlar a doença.

Com os resultados de segurança positivos, os investigadores pretendem agora avançar com um ensaio clínico, recentemente aprovado pela entidade competente espanhola, para alargar o tratamento a um maior número de doentes.