Dor crónica: detetados sinais de inflamação em cérebro de doentes 14 de Janeiro de 2015 Um estudo realizado ao cérebro, que contou com a participação de indivíduos com dor crónica das costas, detetou a existência de níveis elevados de uma proteína associada à inflamação em regiões do cérebro, responsáveis pela transmissão da dor. De acordo com a investigação publicada na revista “Brain”, citada pelo jornal “Público”, a proteína em questão, TSPO (em inglês, translocator protein), atinge níveis elevados nessas estruturas do cérebro, em particular, nas células gliais. As células gliais são células presentes em todo o sistema nervoso, que participam nos processos de inflamação que conduzem à dor. Apesar de a ligação da ativação glial com a dor persistente já ter sido detetada em estudos com animais, este mecanismo, segundo o Hospital Geral do Massachusetts (MGH, EUA), «nunca tinha sido documentado no cérebro de pessoas com dor crónica». A TPSO, quanto a ela, é considerada como um marcador da ativação das células gliais em reação a um traumatismo ou patologia. Daí que os cientistas tenham decidido visualizar os níveis da proteína no cérebro humano, na presença e ausência de dor. «O facto de termos detetado níveis aumentados de TPSO em regiões como o tálamo – o portal de entrada no cérebro dos estímulos sensoriais, incluindo a dor – é significativo, porque sabemos que esta proteína está presente em altos níveis nas células gliais quando estas são ativadas em resposta a um evento patológico», explicou um dos investigadores. Para fazer o estudo, os cientistas utilizaram um novo fármaco que se liga à TPSO. E puderam assim visualizar – pelas técnicas de ressonância magnética e de tomografia por emissão de positrões (PET) – os níveis de TPSO no cérebro de dez pessoas com dores crónicas das costas e de nove pessoas que não sofriam deste tipo de dores. O aumento dos níveis de TPSO nas imagens de PET revelou-se tão marcado, nos dez doentes com dores crónicas, que a equipa conseguiu distingui-los dos participantes do grupo de controlo simplesmente olhando para as imagens obtidas. A análise estatística dos resultados confirmaria a seguir essa correlação entre níveis de TPSO e dor. |