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Duplicação de genes aumenta função protetora em bactéria anti-dengue

11 de Fevereiro de 2015

Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) descobriram, numa experiência com a mosca-da-fruta, que a duplicação de genes aumenta a função protetora em bactéria que impede a infeção do mosquito Aedes aegypti, com o vírus da dengue.

A bactéria em causa chama-se Wolbachia e está presente na maioria dos insetos, tendo os cientistas Luís Teixeira e Ewa Chrostek detetado que o número de repetições de genes de uma região específica do genoma da bactéria, a Octomom, pode determinar o seu caráter patogénico: genes a mais podem ser letais para a bactéria.

Contudo, paradoxalmente, devido à duplicação dessa informação genética, «a Wolbachia dá proteção contra infeções virais», sublinhou à “Lusa” Luís Teixeira, exemplificando que a bactéria «bloqueia a infeção do mosquito com o vírus da dengue».

Uma experiência-piloto, financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, para o controlo da transmissão da dengue, uma doença infeciosa, decorre em cinco países – Brasil, Austrália, Indonésia, Colômbia e Vietname -, onde foram libertados mosquitos-da-dengue com a Wolbachia.

Os cientistas do IGC descobriram que, quanto mais cópias genómicas de Octomom geram, mais as bactérias Wolbachia crescem e se tornam patogénicas, e mais cedo as moscas morrem.

Porém, segundo a investigação, quanto maior o número de cópias de genes, mais forte é também a proteção antiviral dada pela bactéria à mosca-da-fruta.

A dupla de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência pretende, em novos estudos, entender como a bactéria evolui, descodificando quais os genes da região do genoma (informação genética) identificada que são importantes, o que fazem, como interagem.

As conclusões da investigação foram publicadas ontem na revista “PLOS Biology”.