É mais difícil fazer colonoscopias na Grande Lisboa 631

É mais difícil fazer colonoscopias na Grande Lisboa

24 de Março de 2015

Há clínicas que só marcam estes exames pessoalmente e só têm vagas depois de maio.

Ainda há dificuldades para fazer colonoscopias na Grande Lisboa, apesar de a situação ter melhorado e o número de exames ter aumentado desde abril do ano passado. «Na zona da Grande Lisboa continua a haver problemas», alerta o presidente da Europacolon (associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo), Vítor Neves. Enquanto no Norte do país se aguarda entre cinco a 15 dias por uma colonoscopia, na Grande Lisboa há pessoas que continuam a ter que esperar «meses» para fazer este exame com sedação, lamenta.

O presidente da Europacolon sublinha que são só «cinco» as clínicas que têm acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer colonoscopias com sedação na Grande Lisboa. Uma pequena ronda por estas clínicas permite perceber que as dificuldades não são generalizadas. Há duas que marcam exames com alguma rapidez (entre 15 dias a três semanas), mas as outras obrigam os interessados a deslocar-se pessoalmente às unidades para marcar os exames e avisam que já só há vaga para depois de Abril ou a seguir a Maio, se se quiser fazer a colonoscopia com sedação.

Questionado pelo “Público”, o gabinete de comunicação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) começou por dizer que são «muitas» as unidades que fazem colonoscopias com sedação na região, remetendo para a lista que consta do seu site. Nesta lista, porém, há clínicas na Grande Lisboa que surgem repetidas por diversas vezes e, na prática, são apenas meia dúzia as que fazem este tipo de exame.

Para atestar que a situação melhorou, a ARSLVT adianta que, nas entidades com convenção com o SNS, foram realizadas 29.863 colonoscopias em 2014, mais 28% do que no ano anterior (23.354). Os dados incluem os exames feitos em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, não discriminando a zona da Grande Lisboa.

Quanto aos exames feitos nos hospitais públicos, a ARS apenas disponibiliza os números dos primeiros oito meses do ano passado. Entre janeiro e agosto, foram realizadas «cerca de 23.600 colonoscopias nos hospitais, o que permite prever que o número anual ascendeu às 35.400 colonoscopias face às 30.050 registadas em 2013», refere, para concluir que «isto representa o aumento na ordem dos 20% propostos no início de 2014». Por que razão não apresenta os números de todo o ano? «O relatório final da atividade assistencial, com valores totais do ano de 2014, ainda se encontra em produção», responde.