É na Urgência que os Doentes mais reconhecem o trabalho abnegado e competente da Medicina Interna! 471

A Ordem dos Médicos (OM) tem patrocinado reuniões entre vários Colégios de Especialidade que visam promover um debate interno para avaliar a necessidade da criação de uma Especialidade de Medicina de Urgência e Emergência em Portugal. O grande argumento elencado para esta premência, é o facto de na maior parte dos países europeus existir a Especialidade de Medicina de Urgência.

“O nascimento de uma nova especialidade médica, não deve fazer-se de ânimo leve, por imitação ou interesses corporativos. Deve ter em conta as especificidades do país, e só se justifica quando promove vantagens na aquisição de conhecimentos, torna a organização mais eficiente e acrescenta qualidade na resposta dada aos doentes”, afirma João Araújo Correia, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

A opinião generalizada dos órgãos da Medicina Interna em Portugal, é que a criação da Especialidade de Urgência não é uma necessidade premente. Não vai trazer quaisquer vantagens para as respostas que os doentes precisam, na nossa realidade. No entanto, a SPMI vai apresentar um projeto em que, no final da Formação Específica em Medicina Interna, será possível obter uma dupla titulação com a Medicina de Urgência.

“Nada é mais errado em Portugal do que confundir a Urgência com a Emergência. É errado passar a ideia de que uma nova especialidade resolverá os problemas da Urgência no país. Outro aspeto muito relevante a ter em conta, é o facto de mais de 90% dos internamentos médicos terem origem no Serviço de Urgência (SU), pelo que a presença dos Internistas no SU, é uma garantia de segurança dos doentes, ao evitarem altas indevidas, com consequentes atrasos nos diagnósticos” defende João Araújo Correia.
A Medicina Interna é a especialidade hospitalar mais numerosa (14% do total de especialistas hospitalares), que se assume como a “trave mestra” do Sistema Nacional de Saúde, no hospital.

Segundo os dados de 2018 divulgados pelo Ministério da Saúde, ocorreram 6,36 milhões de episódios de urgência, dos quais cerca de 40% dos atendimentos (2,2 milhões), foram classificados como pouco ou nada urgentes (pulseira verde ou azul) e a 42,7% (2,6 milhões) foi atribuída a cor amarela, que é onde reside a maior incerteza acerca da real gravidade clinica.

Atualmente, em Portugal, as equipas de urgência dos hospitais têm a participação de especialistas de várias áreas. São consideradas especialidades base do serviço de urgência a Medicina Interna e a Cirurgia Geral.

Sobre a SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) é uma das maiores sociedades científicas médicas portuguesas, que congrega os internistas, que são a base do Serviço Nacional de Saúde nos hospitais. Um dos seus maiores desígnios é a divulgação do conhecimento, dirigida aos médicos e à população, no campo muito vasto da Medicina Interna. Para além da Medicina Curativa, quer ser também cada vez mais reconhecida no campo da prevenção da doença e promoção da saúde. Para mais informações consulte https://www.spmi.pt/