Ébola: 13.703 casos registados desde o início da epidemia, segundo a OMS 636

Ébola: 13.703 casos registados desde o início da epidemia, segundo a OMS

30 de outubro de 2014

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou ontem que foram registados 13.703 casos de vírus do Ébola desde o início da epidemia, no final de 2013, que já matou 4.922 pessoas.

Desse total, 13.676 casos foram registados na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os três países da África ocidental mais afetados pela febre hemorrágica e onde se concentram os esforços internacionais para controlar a epidemia.

Por países, a Libéria conta com 6.535 casos, a Serra Leoa com 5.235 e a Guiné-Conacri com 1.906.

Em relação ao número de mortos, os últimos dados da OMS revelados ontem indicam um número menor do que o anunciado anteriormente, o que a organização das Nações Unidas atribui ao facto de terem sido «descartados casos suspeitos», segundo a agência noticiosa espanhola “Efe”.

A OMS disse que o vírus matou até agora 4.922 pessoas, menos que as mais de 5.000 a que já se tinha referido.

O último relatório indica que o Ébola atingiu 512 profissionais de saúde, dos quais morreram 272.

OMS: Casos diminuem na Libéria, mas é cedo para celebrar

O número de infetados com Ébola parece estar a abrandar na Libéria, mas a crise está longe de acabar, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS), noticiou a “Lusa”.

«Parece que a tendência é real na Libéria, e pode muito bem haver um abrandamento da epidemia», disse o diretor-geral adjunto da OMS, Bruce Aylward.

«Há crescentes sinais que estes países vão conseguir vencer isto», afirmou.

No entanto, Bruce Aylward acrescentou que estava «aterrorizado com a possibilidade de esta informação ser mal interpretada e que as pessoas comecem a pensar que o Ébola está sob controlo».

«É como pensar que um tigre de estimação está sob controlo», avisou, sublinhando que a epidemia mortal já deu sinais de abrandamento anteriormente, acabando por voltar com mais intensidade.

Filipinas apelam ao regresso dos seus nacionais a trabalhar em zonas de risco

As autoridades filipinas apelaram ontem às centenas de nacionais que estão em zonas afetadas pelo vírus Ébola para abandonarem essas zonas da África Ocidental, salientando que todos os que regressarem irão permanecer de quarentena.

Albert del Rosario, secretário dos Negócios Estrangeiros, disse que o Governo apelou a «um repatriamento voluntário» de cerca de 900 dos seus nacionais que trabalham na Libéria, Guiné Conacri e Serra Leoa.

O mesmo responsável salientou, em declarações à estação “ABS-CBN”, citadas pela “Lusa”, que o Presidente Benigno Aquino deu ordens para todos os que regressem das zonas afetadas permaneçam durante 21 dias em isolamento em instalações do Governo.

Com cerca de 10 milhões de filipinos a trabalharem no exterior, o país é extremamente vulnerável a qualquer epidemia, acrescentou.

Cerca de 100 militares filipinos que integram missões internacionais de paz na Libéria regressam ao país asiático em novembro e irão ser vigiados em instalação militar durante 21 dias, cumprindo-se assim a ordem presidencial.

As Filipinas vão ter em breve cerca de 20 unidades hospitalares preparadas para enfrentar o vírus e os cerca de 160 nacionais que regressaram ao país desde o início da epidemia na áfrica Ocidental, foram acompanhados em suas casas.

Todos os soldados ficam em quarentena após regresso da África Ocidental

O secretário da Defesa norte-americano, Chuck Hagel, ordenou ontem que todos os soldados norte-americanos que estão na África Ocidental a lutar contra o Ébola serão colocados em quarentena durante 21 dias após o regresso da missão.

A medida, que só abrangia até à data os elementos do exército, vai ser agora aplicada «a todos os soldados [de todos os ramos das forças norte-americanas] que contribuem na luta contra o Ébola», indicou o contra-almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono (sede do Departamento da Defesa), num comunicado citado pela “Lusa”.

Atualmente, 121 soldados norte-americanos estão destacados no Senegal e 983 na Libéria, incluindo 20 elementos de uma equipa médica da Força Aérea norte-americana que está a formar pessoal médico na capital liberiana, Monróvia.

O número de efetivos norte-americanos destacados para ajudar no combate ao Ébola pode atingir os 3.900, caso seja necessário.

Os soldados não têm qualquer contacto com pessoas infetadas com a doença, que já matou cerca de 5.000 pessoas, e estão no terreno para construir hospitais de campanha e para formar equipas de cuidados sanitários.

«A prioridade do secretário da Defesa é a segurança dos nossos homens e mulheres com uniforme e das respetivas famílias», acrescentou John Kirby, indicando ainda que esta decisão é uma «medida de precaução».

Peritos norte-americanos do setor da saúde têm criticado as medidas de quarentena forçadas em alguns Estados norte-americanos, considerando que estas medidas são mais motivadas por questões políticas do que por razões puramente científicas.

Durante um fórum em Washington, Chuck Hagel afirmou que a ordem de colocar os soldados em quarentena resultou em parte da vontade das famílias dos militares, porque «reclamaram um mecanismo de segurança».

O exército norte-americano tinha ordenado há alguns dias que os seus soldados que regressassem da Libéria e do Senegal iam ficar em quarentena na base norte-americana de Vicenza, no norte de Itália.

Segundo o coronel Steven Warren, outro porta-voz do Pentágono, nenhum soldado manifestou, até à data, qualquer sintoma relacionado com o Ébola.

A decisão norte-americana gerou algum desagrado em Itália. O governador de Veneto, norte de Itália, chegou a pedir que os militares cumpram o período de quarentena nos Estados Unidos.