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Ébola: 42 mortos na República Democrática do Congo – Ministro 01 de outubro de 2014 O surto de Ébola que atinge o noroeste da República Democrática do Congo (RDC) desde meados de agosto já fez 42 mortos, indica um balanço divulgado hoje pelo ministro da Saúde congolês, Félix Kabange Numbi. Segundo a “Lusa”, um balanço anterior, divulgado a 23 de setembro, contabilizava 41 mortos provocados pela febre hemorrágica associada ao vírus. A taxa de mortalidade das pessoas infetadas pelo Ébola chega a 90% e o número de casos suspeitos, prováveis e confirmados da RDC elevou-se para 70 (contra os 38 do balanço anterior). De acordo com o ministro, 12 pessoas infetadas estão a recuperar e o último caso positivo foi confirmado em 24 de setembro, indicou Kabange Numbi. O surto de Ébola na RDC teve origem numa floresta cerca de 800 quilómetros a nordeste de Kinshasa. Países da África Subsaariana têm falta de preparação – especialistas Apesar da existência de alguns centros regionais com hospitais e laboratórios especializados – África do Sul, Quénia, Costa do Marfim, Nigéria ou Senegal, os dois últimos com contaminações do vírus Ébola circunscritas, provenientes dos países mais afetados – há regiões inteiras que são desertos para as infraestruturas médicas Os estragos da epidemia de Ébola colocam «cruelmente a nu o atraso no desenvolvimento africano», sublinhou o presidente do Banco Mundial e também médico, Jim Yong Kim. «O vírus Ébola nunca enfrentou um sistema de saúde moderno de um país desenvolvido», disse Jim, lembrando que com «estes elementos fundamentais, a taxa de sobrevivência poderia se mais elevada». «Nós não precisamos de um grande número de especialistas ou de médicos estrangeiros, mas de pessoal que possa fornecer cuidados elementares, uma atenção meticulosa ao equilíbrio hidroeletrolítico (equilíbrio entre a água e os minerais que o corpo precisa) e outros medicamentos simples», explicou Tom Kenyon, especialista do Centro de Controlo de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, no fim de uma missão à Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, no início de setembro. Ao contrário destes países, que dispõem de um médico para 100 mil habitantes, a África do Sul, com uma proporção 80 vezes maior, «é relativamente bem preparada», indicou Lucille Blumberg, diretora adjunta do Instituto Nacional para as Doenças Contagiosas daquele país. A África do Sul, com pacientes africanos mais ricos, conta com 11 hospitais públicos que podem acolher doentes do Ébola e outras clínicas privadas, sublinhou a responsável do único estabelecimento do continente que possui um laboratório antivírus de alta segurança. «O Ébola pode espalhar-se aqui como em qualquer lugar» disse o médico Joseph Teeger, «mais aqui, será mais fácil de isolar as pessoas e impedir a circulação». Na fronteira da Libéria com a Guiné-Conacri, a Costa do Marfim preparou 16 centros para a epidemia do Ébola, dos quais 14 nas províncias, e várias centenas de agentes de saúde. «Há um sistema de saúde, hospitais e laboratórios», disse Lina Elbadawi, epidemiologista do CDC, em missão em Abidjan. «O principal é que nós não deixámos nada de lado», referiu. Os restantes países da África subsaariana estão a tomar medidas, na maioria dos casos insuficientes para um possível cenário de combate do vírus do Ébola. |
