Ébola: Banco Mundial disponibiliza 149M€ para ajudar países africanos a conter epidemia
05 de agosto de 2014
O Banco Mundial anunciou ontem que irá disponibilizar cerca de 149 milhões de euros para ajudar a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa a conter o surto de Ébola, que já matou 887 pessoas em África.
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, ele próprio um especialista em doenças infeciosas, disse que tem vindo a acompanhar a disseminação do vírus e que está «profundamente triste» com a forma como o Ébola está a contribuir para a quebra dos «já fracos sistemas de saúde nos três países».
«Estou muito preocupado porque muitas mais vidas estão em risco, a menos que consigamos parar a progressão desta epidemia», referiu Jim Yong Kim, em comunicado.
O financiamento ajudará a fornecer suplementos médicos, pagar aos profissionais de saúde e atender a outras prioridades para conter a epidemia e tentar evitar futuros surtos da doença, explicou o Banco Mundial.
O Banco Mundial fez o anúncio aos líderes africanos, mas também aos 35 presidentes que estão em Washington para participar na cimeira EUA-África.
Uma estimativa inicial do Banco Mundial e do FMI apurou que a Guiné perderia um ponto percentual no crescimento do Produto Interno Bruto, passando de 4,5% para 3,5% num ano devido à epidemia.
Segundo a “Lusa”, o Ébola já matou 887 pessoas em África, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde divulgado segunda-feira à noite, segundo o qual foram já notificados 1.603 casos na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Angola reforça medidas de segurança ao longo da fronteira para prevenir surto
O Governo angolano reforçou medidas de segurança para impedir que o surto do vírus Ébola chegue ao país, sobretudo através das províncias fronteiriças a norte, foi ontem anunciado em Luanda.
Em Angola, o Ministério da Saúde tem em marcha um plano de contingência que está a ser executado com maior rigor nas províncias que fazem fronteira com os países vizinhos do norte, sobretudo a República Democrática do Congo (RDCongo).
Na província de Cabinda, norte de Angola, as autoridades sanitárias reforçaram as medidas de segurança ao longo da fronteira e estão a capacitar os técnicos de saúde para que possam dar resposta a uma eventual notificação de casos naquela região.
Também a província da Lunda Norte (interior-norte) está a capacitar as suas equipas de técnicos para a criação de logística para acudir a qualquer problema, nomeadamente com medicamentos e equipamentos de biossegurança.
Na próxima semana, segundo fonte da direção provincial da saúde daquela região diamantífera angolana, que partilha uma vasta fronteira com a RDCongo, vão ser realizadas visitas de constatação para avaliar a capacidade de resposta das administrações locais.
Na província do Moxico, leste de Angola, fronteiriça com a RDCongo e com a Zâmbia, as autoridades sanitárias e da guarda de fronteira estão em alerta máximo, para informar qualquer notificação de casos nos países vizinhos, segundo informação da delegação de saúde provincial.