Ébola: Barreira dos mil mortos foi superada no fim de semana, diz OMS
12 de Agosto de 2014
A febre hemorrágica Ébola que assola a África Ocidental superou a barreira dos mil mortos, com 1.013 vítimas mortais e 1.848 casos, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite de segunda-feira.
Entre 7 e 9 de agosto foram registados 52 mortos e 69 novos casos, indica o relatório.
Foram registados 11 novos casos e seis mortos na Guiné, 45 novos casos e 29 mortos na Libéria, e 13 novos casos e 17 óbitos na Serra Leoa, não tendo sido registados novos casos ou vítimas mortais na Nigéria.
A epidemia ultrapassou os mil mortos durante o fim de semana.
A Libéria, um dos países mais afetados pela doença, vai receber dos Estados Unidos amostras de um soro experimental, enquanto a OMS se pronuncia hoje sobre a utilização de medicamentos não aprovados.
A Casa Branca e a Food and Drug Administration dos Estados Unidos aprovaram o pedido da Libéria para disponibilizar «doses da amostra do soro experimental para tratar os médicos liberianos atualmente infetados», afirmou a Presidente da Libéria na noite de segunda-feira.
Segundo o comunicado, o acordo surge na sequência de um pedido feito pela Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a 8 de agosto, ao seu homólogo norte-americano Barack Obama.
Angola em «alerta máximo» para travar epidemia
O representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola garantiu ontem que as autoridades angolanas estão «em alerta máximo» para travar a epidemia de Ébola, que atinge alguns países da África Ocidental.
Em declarações à rádio oficial angolana, Hernando Agudelo disse que em Angola e nos países vizinhos não foi registado nenhum caso de Ébola.
«O país mais perto com casos de ébola reportados até hoje é a Nigéria. E fica a milhares de quilómetros de distância de Angola», disse aquele responsável.
Segundo o representante da OMS, Angola está a cumprir com as recomendações dadas e uma delas é a triagem de pessoas que chegam ao aeroporto, especialmente de países afetados.
«Pessoas com febre, o que é que tem que ser feito, como identificar que essas pessoas não são portadoras do vírus, que vêm já doentes. Há algumas atividades que têm que ser feitas, por exemplo a logística, em matéria de proteção, luvas, óculos, máscaras, roupas completas de proteção para manuseamento de casos de Ébola», referiu, citado pela “Lusa”.
As autoridades sanitárias angolanas anunciaram na semana passada o reforço das medidas de segurança nas zonas fronteiriças, para maior controlo da situação, com a capacitação de equipas técnicas e provimento de logística, com destaque para as regiões fronteiriças.
Oito trabalhadores chineses de quarentena na Serra Leoa
Oito funcionários de saúde chineses foram colocados em quarentena na capital da Serra Leoa, depois de terem estado em contacto com pessoas infetadas com o virus do Ébola, disse o embaixador chinês no país.
De acordo com Zhao Yanbo, estes oito chineses incluem seis médicos e uma enfermeira que trabalhava no hospital Leone Jui, nos arredores da capital da Serra Leoa, mas não foram dados detalhes sobre os seus sintomas.
Os sete profissionais de saúde do hospital Jui tinham estado em contacto com um paciente com Ébola, que morreu mais tarde, disse o diplomata, precisando que foram colocados em quarentena nas últimas duas semanas, sob supervisão médica, enquanto o hospital foi fumigado e temporariamente fechado.
A oitava pessoa colocada em quarentena, já na semana passada, é um médico chinês num hospital público na periferia de Freetown, que também tratou um paciente com Ébola.
Todos ficarão isolados até ao final do período de incubação máximo do vírus, que é de 21 dias.