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Ébola: Bispos da Guiné-Bissau desaconselham “abraço da paz” para prevenir infeção

25 de setembro de 2014

Para prevenir infeções com o vírus Ébola, os bispos da Guiné-Bissau desaconselham o “abraço da paz” geralmente trocado entre participantes nas missas, anunciaram numa carta conjunta que esta a ser distribuída junto dos fiéis.

«Que se receba a comunhão nas mãos e que não se dê o abraço da paz durante a celebração da Santa Missa», referem os bispos de Bissau e Bafatá, respetivamente José Bissign e Pedro Zilli.

Os dois líderes católicos (grupo religioso minoritário na Guiné-Bissau) anunciam ainda que vai ser elaborado «um programa de formação que permitirá às comunidades participarem ativamente na sensibilização e prevenção do Ébola e de outras epidemias».

O programa vai ser conduzido pela Caritas Guiné-Bissau, Comissão Justiça e Paz e Rádio Sol Mansi, emissora católica.

Na carta, citada pela “Lusa”, os dois bispos lançam ainda um alerta para que a população procure sempre ter acesso ao mais recente ponto de situação sobre o surto e apelam para que continuem a ser seguidas todas as medidas básicas de prevenção.

Como exemplo, pedem que se mantenham «baldes de água e lixívia nas entradas das igrejas e locais de encontros, para que todos possam lavar as mãos» e que sejam evitados «encontros de férias».

No surto de Ébola que desde o início do ano afeta a África Ocidental, a Guiné-Bissau não registou nenhum caso, ao contrário dos países com que faz fronteira.

Na Guiné-Conacri, de acordo com dados de segunda-feira da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus já matou, pelo menos, 465 pessoas, havendo mais óbitos que se suspeita deverem-se ao Ébola.

Desde meados de agosto que a Guiné-Bissau fechou as fronteiras com aquele país.

No Senegal já foi registado um caso, um doente oriundo da Guiné-Conacri que entretanto já recuperou, sem que tenham sido detetados novos focos de infeção.
 
Timor-Leste vai doar um milhão de dólares para ajudar África Ocidental

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, anunciou em Nova Iorque, que Timor-Leste vai doar um milhão de dólares para ajudar os países da África Ocidental, membros do G7+, a combater o vírus do Ébola.

O anúncio foi feito num discurso proferido na reunião de alto nível sobre paz e instituições capazes como objetivos autónomos na agenda de desenvolvimento pós-2015 e enviado hoje à agência “Lusa”.

«Quero dizer aqui que Timor-Leste irá contribuir com um milhão de dólares (cerca de 779 mil euros) para ajudar as nações da África Ocidental, membros do g7+, a lidar com a crise do Ébola», afirmou Xanana Gusmão, que se encontra em Nova Iorque para participar na 69.ª Assembleia-geral da ONU.

Segundo o primeiro-ministro timorense, a crise do Ébola deixa «bem clara a necessidade vital de haver instituições capazes para lidar com um fenómeno que se pode vir a tornar uma crise de saúde global».

Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), a febre hemorrágica Ébola já causou a morte a 2.811 pessoas na África Ocidental, em 5.864 casos registados.

Os três países mais afetados pela doença são a Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa.

A atual epidemia de Ébola, a mais grave desde a identificação do vírus em 1976, teve origem na Guiné-Conacri no final de dezembro de 2013.

O G7+ é uma organização voluntária de 20 países que são ou foram afetados por conflitos e que agora estão em fase de transição para um estágio de desenvolvimento.

O principal objetivo daquela organização é partilhar experiências para defender reformas na forma como a comunidade internacional se envolve nos estados afetados por conflitos.

São Estados-membros do G7+ Timor-Leste, Guiné-Bissau, Afeganistão, Burundi, República Centro Africana, Chade, Comoro, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri, Haiti, Libéria, Papua Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, ilhas Salomão, Somália, Sudão do Sul, Togo e Iémen.

Venezuela vai doar 3,9 ME para países afetados pelo vírus

O Presidente Nicolás Maduro, anunciou que a Venezuela vai doar cinco milhões de dólares (3,9 milhões de euros) para os países afetados pelo vírus do Ébola e assim «apoiar os povos necessitados do mundo», revelou a “Lusa”.

«A República Bolivariana da Venezuela se une, decididamente, com uma doação de cinco milhões de dólares para os fundos que estão a ser criados apoiar a África», disse Nicolás Maduro ao discursar na 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que decorre em Nova Iorque, Estados Unidos.

Segundo Nicolás Maduro, «se o mundo e o sistema da ONU tivessem um pouco mais de racionalidade humana» estariam concentrados no combate ao Ébola em vez de mandarem «drones, mísseis e bombas para destruir o povo de Gaza ou para bombardear os povos do Iraque e da Síria».

«Deveríamos estar concentrados em concentrar o nosso esforço para enfrentar essa ameaça real», disse, vincando que o Ébola é um dos grandes problemas que afeta os povos do mundo.

No seu discurso, Nicolás Maduro insistiu na necessidade de uma «transformação profunda» e de uma «refundação democrática» das Nações Unidas.

O Presidente venezuelano apelou ainda ao seu homólogo norte-americano, Barack Obama, que termine com o «bloqueio económico» dos Estados Unidos a Cuba.

«Quando chegará a oportunidade de você (Barack Obama) passar à história e levantar de uma vez por todas o bloqueio criminoso, económico, e a perseguição contra Cuba?», questionou Nicolás Maduro.
 
EUA nomeiam Nancy Powell coordenadora da resposta contra vírus

Os Estados Unidos nomearam ontem a diplomata Nancy Powell como coordenadora da unidade de resposta contra o Ébola no Departamento de Estado norte-americano.

De acordo com a “Lusa”, Nancy Powell ficará responsável por lidar com os parceiros internacionais para assegurar uma reposta global «rápida» ao surto de Ébola que já afetou mais de 6.000 pessoas e causou a morte a mais de 2.800 na Guiné Conacri, Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal.

Nancy Powell foi embaixadora no Uganda, Gana, Paquistão, Nepal e Índia.

Anteriormente foi coordenadora do Departamento de Estado para a gripe aviária, papel que lhe valeu a medalha do Serviço de Segurança Nacional em 2006.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, declarou na semana passada a epidemia Ébola como uma prioridade de segurança nacional e prometeu mais ajuda para a região da África Ocidental, que incluirá a participação de 3.000 militares para dar apoio logístico às autoridades locais.