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Ébola: Casos em queda nos países mais afectados

16 de Janeiro de 2015

A Organização Mundial de Saúde (OMS) expressou ontem otimismo face a indicadores recentes que mostram uma queda nos novos casos de infeção pelo Ébola nos três países da África Ocidental mais atingidos pelo vírus, noticiou a “Lusa”.

Os últimos números recolhidos mostram que a Libéria teve, a semana passada, o menor número de novos casos desde o início de junho, enquanto a Guiné e a Serra Leoa apresentam o menor número de novos casos desde agosto.

«O declínio é real, mas isso não significa que a luta tenha terminado», sublinhou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS à “Agência France-Presse”, acrescentando, todavia, que se trata «de um primeiro sinal de otimismo» no combate à doença.

No total, 21.296 pessoas foram infetadas com o Ébola desde o início deste surto, há cerca de um ano, tendo 8.429 delas morrido, de acordo com os dados mais recentes.

Os três países da África Ocidental que registaram quase todas as vítimas mortais (à exceção de 15), aumentaram drasticamente o número de leitos disponíveis nos centros de tratamento do Ébola e contam agora com mais de duas camas de tratamento por caso.

Mas, geograficamente, as camas estão distribuídas de forma desigual, pelo que, em algumas áreas, nem todas as pessoas infetadas estão a receber tratamento, reconheceu a OMS.

Assegurar tratamento para todas as pessoas infetadas com o Ébola – um dos vírus mais mortais para o homem – é importante, uma vez que ele aumenta significativamente as hipóteses de sobrevivência.

Enquanto 71% dos infetados com o vírus morrem, a taxa de mortalidade cai para 57% entre os que estão hospitalizados, disse a OMS, acrescentando que o facto de nem todas as mortes pelo vírus serem reportadas significa que nem todos os enterros de corpos altamente infeciosos estão a ser realizados seguindo as devidas normas de segurança, apesar de haver capacidade para isso.

A OMS admitiu ainda que o total de mortes pelo Ébola é, provavelmente muito superior aos valores registados, pois muitas mortes não são notificadas, o que é preocupante também por ser «vital atingir a meta de 100% de enterros seguros», segundo Tarik Jasarevic.

A Libéria, por muito tempo o país mais atingido e aquele que ainda conta com o maior número de mortes (3.538), chegou a registar um pico de mais de 300 casos confirmados por semana nos meses de agosto e setembro.

Agora, teve a queda mais evidente no contágio, com apenas oito novos casos durante a semana que antecedeu 11 de janeiro e sem caso algum nos últimos dois dias da semana, enquanto na Guiné – onde a epidemia teve início em dezembro de 2013, causando 1.814 mortos – 42 novos casos foram confirmados nos mesmos sete dias.

Na Serra Leoa, que registou o maior número de pessoas infetadas – 10.124 no total, 3.062 das quais morreram – teve 184 novos casos confirmados durante a semana transata, 59 deles em Freetown.

Ainda segundo a agência das Nações Unidas para a saúde, à data de 11 de janeiro, haviam sido infetados 843 profissionais de saúde, tendo 500 deles morrido.

Como o Ébola é transmitido pelo contato direto com fluídos corporais de uma pessoa infetada que apresente sintomas como febre ou vómitos, as pessoas que cuidam dos doentes estão particularmente expostas ao contágio.