Ébola: DGS coloca cartazes nos aeroportos com procedimentos a adotar pelos viajantes
12 de Agosto de 2014
A Direção-Geral da Saúde (DGS) colocou ontem, no aeroporto de Lisboa, vários cartazes e folhetos dirigidos, principalmente, a viajantes que estiveram recentemente em países afetados pelo vírus Ébola, com os procedimentos que devem ser adotados.
Os cartazes e folhetos serão também colocados posteriormente nos aeroportos do Porto, Faro, Madeira e Açores, adiantou a DGS numa nota enviada à agência “Lusa”.
Nestes cartazes e folhetos, que têm como título “Informação de saúde”, pode ler-se: «Se esteve nos últimos 21 dias num país afetado pelo vírus Ébola ou esteve nos últimos 21 dias em contato com um doente com doença por vírus Ébola e se tiver febre superior a 38 graus, de início súbito, ligue para 808 24 24 24».
Aconselha ainda o viajante a «referir sempre» aos profissionais de saúde os locais onde estiveram, nos últimos 21 dias, nos países afetados pelo vírus, Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Portugal criou um «dispositivo de coordenação» que está em alerta e «mobilizará e ativará recursos que sejam adequados a cada situação» de infeção pelo Ébola que venha a ser identificada, anunciou na passada sexta-feira a DGS, na sequência da declaração pela Organização Mundial de Saúde do estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao surto de Ébola.
A DGS garante que «Portugal tem, em estado de prontidão, mecanismos para detetar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença».
A autoridade de saúde refere que «estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus».
Em Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes suspeitos de estarem infetados com o vírus do Ébola são os Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto.
Segundo a DGS, o atual surto começou na Guiné-Conacri, em dezembro de 2013 e, até à data, foram identificados cerca de 1.700 casos, tendo havido 930 mortes, em quatro países: Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
Viajantes contactam Linha Saúde 24 para pedir esclarecimentos
Viajantes que vão para Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau estão a contactar a Linha Saúde 24 para pedir esclarecimentos sobre se o vírus Ébola está presente nestes países e que cuidados devem adotar, segundo o coordenador do serviço.
Em declarações à agência “Lusa”, o enfermeiro Sérgio Gomes disse ontem que a Linha Saúde 24 tem recebido «apenas contatos de pessoas que vão viajar» para estes países, sobretudo Angola e Cabo Verde, para pedir conselhos e esclarecimentos sobre a doença.
«O que nós dizemos é que o vírus Ébola não está presente nestes países e aconselhamos as pessoas a ter os cuidados que qualquer viajante deve ter» a nível da alimentação, no caso de tomar medicação levar os medicamentos em quantidade necessária para a viagem, entre outros cuidados, explicou.
Além disso, os enfermeiros da Linha Saúde 24 alertam também para os sintomas do vírus Ébola, nomeadamente febre, que costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta.
Outros sintomas nos tempos seguintes são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa.
Segundo o enfermeiro Sérgio Gomes, a Linha não recebeu, até ao momento, telefonemas de pessoas que apresentassem sintomas da doença.