Ébola: Direção-Geral da Saúde diz que autoridades vão continuar atentas à situação 13 de outubro de 2014 O diretor-geral da Saúde, Francisco George, disse hoje que as autoridades portuguesas vão continuar atentas à situação do Ébola, apesar de as análises efetuadas ao doente com suspeita de ter contraído o vírus terem dado resultado negativo. «O Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) já concluiu as análises que dizem respeito à deteção do vírus do Ébola e confirma que são absolutamente negativas, isto é, a condição de doença da doente em causa não é explicada pelo vírus Ébola, pelo que outras análises estão a decorrer», adiantou à agência “Lusa” Francisco George. O Hospital de São João, no Porto, já tinha anunciado que as análises ao doente que domingo deu entrada naquela unidade hospitalar com suspeita de ter contraído o vírus Ébola deram resultado negativo. Em declarações à “Lusa”, o diretor-geral da Saúde disse que «não há qualquer tipo de razão para pânico» e pediu a colaboração da população. «Há uma ansiedade coletiva que não é saudável. É preciso que a população reconheça que as autoridades de saúde estão atentas a este problema e que Portugal dispõe de um plano que tem sido devidamente testado e que não entrem em pânico perante as notícias divulgadas», sublinhou. Francisco George pediu ainda que a população faça um esforço e que colabore, nomeadamente no que respeita à adoção de comportamentos de segurança. «As pessoas devem, sempre que tenham alguma desconfiança, ligar primeiro para a Linha Saúde24 e não deslocar-se ao hospital», alertou. O doente tinha-se deslocado até ao Hospital de S. João, segundo Margarida Tavares, diretora clínica do hospital, «pelo seu próprio pé, enviado por uma unidade de saúde privada». O paciente, que tinha chegado recentemente de um país africano com casos de Ébola, ficou internado por precaução, uma vez que apresentava «critérios de caso suspeito de doença por vírus Ébola (DVE)», de acordo com o comunicado inicial do Hospital de S. João. Este foi o primeiro caso em Portugal de um doente internado numa unidade hospitalar com suspeitas de estar infetado com Ébola. Casos suspeitos nos privados são encaminhados pelo INEM para hospitais de referência Segundo Artur Osório, os profissionais dos hospitais privados têm estado a seguir as orientações da Direção Geral da Saúde (DGS), organismo com quem vão ter uma reunião na quarta-feira para mais esclarecimentos sobre a doença e os procedimentos a adotar. Para já, essas instituições de saúde – só associados da APHP são 100, com uma faturação na ordem dos 1.500 milhões de euros – estão a seguir as normas da DGS. «Se um doente chegar às urgências de uma unidade de saúde privada com sintomatologia e critérios epidemiológicos suspeitos será isolado e chamado o INEM, que o transportará para um dos hospitais de referência (o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa)», disse. Encontra-se nessa situação quem tenha estado nos últimos 21 dias num país com atividade epidémica do vírus do Ébola – Guiné-Conacri, Serra Leoa, Nigéria ou Libéria -, quem, no mesmo período, esteve em contacto com pessoas infetadas e apresente aparecimento súbito de febre superior a 38 graus. Até ao momento, registaram-se cinco casos suspeitos de Ébola em Portugal, tendo as análises realizadas no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) dado negativo ao vírus do Ébola. O número de mortos devido ao surto epidémico de Ébola surgido na África Ocidental no final do ano passado ultrapassou os 4.000, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS). |