Ébola: Doença já matou 2.917 pessoas em 6.263 casos – OMS 598

Ébola: Doença já matou 2.917 pessoas em 6.263 casos – OMS

25 de setembro de 2014

A febre hemorrágica Ébola já causou 2.917 mortos na África Ocidental, em 6.263 casos, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados que se reportam a domingo, dia 21 de setembro.

Os três países mais afetados pela epidemia, a mais grave desde que o vírus foi identificado, em 1976, e que ressurgiu na Guiné-Conacri, no final de dezembro do ano passado, são a Libéria, a Guiné-Conacri e a Serra Leoa.

Desde então e até ao último domingo, registaram-se 2.917 mortos na Libéria, em 6.263 casos.

Na Guiné-Conacri, o vírus Ébola causou 635 mortos em 1.022 casos e na Serra Leoa morreram 597 pessoas das 1.940 infetadas.

Entre o pessoal de saúde, já se registaram 208 mortos em 373 infetados.

Na Nigéria, foram registados oito mortos em 20 casos, enquanto o Senegal tem um caso registado, cuja cura foi anunciada pelas autoridades senegalesas a 10 de setembro.

Uma outra epidemia de Ébola, distinta da que atinge a África Ocidental, já matou 41 pessoas em 68 casos no noroeste da República Democrática do Congo, desde que apareceu a 11 de agosto e até 18 de setembro, segundo dados divulgados hoje pela OMS, citou a “Lusa”.

De acordo com a agência das Nações Unidas, só é possível dizer que não há transmissão do vírus do Ébola num país «42 dias após o último caso registado».

Quarentena imediata para 1,2 milhões de habitantes na Serra Leoa

A Serra Leoa colocou sob quarentena, com efeitos imediatos, três regiões do país onde vivem 1,2 milhões de pessoas, para evitar a propagação da epidemia de ébola, anunciou quarta-feira o Presidente Ernest Koroma.

«Os distritos Por Loko (norte) Moyamba (sul) estão sob quarentena com efeitos imediatos», anunciou o Presidente, Ernest Bai Koroma, numa declaração televisiva na quarta-feira.

Esta medida, que vai durar o tempo que for necessário, atinge mais de 1,2 milhões de pessoas.

Kenema e Kailahun, dois distritos do leste do país e epicentro da epidemia na Serra Leoa, estão sob quarentena desde o início de agosto.

Atualmente estão afetados cinco dos 14 distritos do país, que totalizam mais de um terço da população afetada pela restrição de circulação do Governo.

«As pessoas que vivem nas zonas sob quarentena vão sofrer numerosas dificuldades, mas a sobrevivência dos cidadãos do nosso país é a nossa prioridade», frisou o Presidente Koroma.

Banco Mundial atribui 600 mil euros para Guiné-Bissau prevenir propagação

O Banco Mundial (BM) anunciou hoje a atribuição de um apoio de 600 mil euros à Guiné-Bissau para prevenir a propagação do vírus Ébola, anunciou a instituição em comunicado.

«Apesar de a Guiné-Bissau não ter registado nenhum caso de Ébola, o apoio responde aos pedidos do Governo para financiar atividades do Ministério da Saúde», nomeadamente nas áreas da informação pública e medidas sanitárias, referiu Philippe Auffret, encarregado do projeto.

As ações estão enquadradas no Programa de Urgência Sanitária anunciado a 12 de agosto pelo Governo guineense em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

«A Guiné-Bissau é um país frágil que está em processo de reconstrução após eleições. Neste contexto, uma epidemia de Ébola representaria uma grave crise para um sistema de saúde débil e uma economia ainda em vias de recuperar», acrescentou Vera Songwe, diretora de operações para a Guiné-Bissau no escritório do BM em Dacar (Senegal).

A Guiné-Bissau continua livre do surto de Ébola, que desde o início do ano afeta a África Ocidental, mas o vírus já foi detetado nos países com que faz fronteira.

Na Guiné-Conacri, de acordo com dados de segunda-feira da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus já matou, pelo menos, 465 pessoas, havendo mais óbitos que se suspeita deverem-se ao Ébola.

Desde meados de agosto que a Guiné-Bissau fechou as fronteiras com aquele país.

No Senegal, já foi registado um caso: um doente oriundo da Guiné-Conacri que entretanto já recuperou sem que tenham sido detetados novos focos de infeção.

Portugal envia duas ambulâncias para a Guiné-Conacri

Portugal vai enviar duas ambulâncias para a Guiné-Conacri no «apoio ao combate ao vírus do ébola», revelou hoje o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).

Na página do EMGFA é revelado que no quadro da participação da aeronave C-130 na missão no Mali será realizada hoje «uma missão de ajuda humanitária para a Guiné-Conacri, efetuando o transporte de equipamento destinado ao apoio no combate ao vírus do ébola».

Fonte da Força Aérea revelou à agência “Lusa” que serão transportadas duas ambulâncias para o país.

A infeção ocorre por contacto direto com fluidos corporais, sangue, líquidos biológicos ou secreções e o período de incubação dura de dois a 21 dias. Nesta fase a doença não é contagiosa, apenas a partir do momento em que os sintomas se manifestam é que pode ser transmitida.

A doença atinge uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, segundo um estudo divulgado hoje pela OMS.