Ébola: Embaixada de Portugal em Cabo Verde divulga conselhos úteis para evitar doença 05 de setembro de 2014 A Embaixada de Portugal na Cidade da Praia distribuiu ontem uma newsletter aos cidadãos portugueses residentes em Cabo Verde com «instruções úteis» sobre o vírus do Ébola que grassa na África Ocidental, que não atingiu o arquipélago. Em declarações à agência “Lusa”, o cônsul de Portugal em Cabo Verde, João Ricardo Mendes, lembrou tratar-se apenas de uma informação de prevenção que a missão diplomática portuguesa disponibiliza, realçando que o risco de alargamento da epidemia ao arquipélago é “moderado”. Na newsletter são divulgados alguns conselhos, sendo recomendado o uso de luvas de plástico ou de borracha e a lavagem frequente das mãos, bem como respeitada a distância mínima de um metro junto de cidadãos que apresentem sintomas da doença. «O vírus é facilmente eliminado pela utilização de sabão ou lixívia, ou também pela ação da luz solar ou por secagem (o vírus sobrevive por pouco tempo em superfícies expostas ao sol)», lê-se no documento. A infeção, realça-se na newsletter, resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de doentes – sangue, urina, fezes, sémen. A transmissão ao homem pode ocorrer também por contacto direto com animais, mortos ou vivos – primatas, antílopes ou morcegos -, espécies, porém, muito raras em Cabo Verde. A epidemia surgiu em fevereiro deste ano, com casos, até hoje, no Senegal, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, matando cerca de 1.900 pessoas. O risco de alargamento a Cabo Verde é “moderado”, tendo as autoridades locais proibido a entrada a todos os viajantes que estiveram nos países afetados nos últimos 30 dias. Lembrando que estão disponíveis informações pormenorizadas nas páginas eletrónicas da Direção Geral de Saúde de Portugal (www.dgs.pt) e do Ministério da Saúde de Cabo Verde (www.minsaude.gov.cv), a embaixada de Portugal realça que as autoridades cabo-verdianas disponibilizaram também um número telefónico (800 28 28) para esclarecimentos, conselhos e recomendações sobre o vírus. 27 pessoas de quarentena em Cabo Verde O Governo cabo-verdiano indicou ontem que há 27 pessoas de quarentena em Cabo Verde, sendo monitorizadas diariamente pelas autoridades sanitárias do país por causa do vírus do Ébola e garantiu a inexistência de qualquer caso. A informação foi avançada pela ministra da Administração Interna, Marisa Morais, numa conferência de imprensa para dar conta da decisão do Governo em autorizar, por razões excecionais, a entrada em Cabo Verde de cidadãos estrangeiros que tenham transitado pelos países oeste-africanos afetados pelo vírus. Marisa Morais não adiantou a nacionalidade dos 27 cidadãos – cabo-verdianos ou transitados ou oriundos do Senegal, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria -, e garantiu que Cabo Verde está «preparado» para enfrentar eventuais casos da febre hemorrágica. Sobre a medida governamental, a ministra cabo-verdiana salientou tratar-se de um «aditamento» à decisão de proibir a entrada de cidadãos estrangeiros que tenham transitado ou oriundos daqueles cinco países, que entrou em vigor no arquipélago a 1 deste mês. «Podem, por razões humanitárias, de emergência médica, económicas ou outras de relevante interesse público, ser autorizadas entradas no território nacional mediante despacho do primeiro-ministro (José Maria Neves)», afirmou Marisa Morais. Manifestando a «solidariedade» do Governo cabo-verdiano para com os países afetados, Marisa Morais salientou que a entrada de cidadãos nesse contexto será feita caso a caso e que a ponderação será feita por especialistas sanitários. No entanto, mantém-se o controlo aos transportes aéreos e marítimos da costa oeste-africana, tendo sido reduzidos os voos diretos entre a Cidade da Praia e Dacar, a única capital oeste-africana para onde voa a transportadora cabo-verdiana TACV. |