Ébola: Equipa portuguesa chegou à Guiné-Bissau para fazer diagnóstico 16 de Março de 2015 Uma equipa portuguesa de 11 pessoas chegou na sexta-feira a Bissau para montar e gerir um laboratório capaz de detetar casos de Ébola a partir de amostras biológicas, disse à “Lusa” o médico que chefia a comitiva. «Vamos instalar uma capacidade de diagnóstico que não existe no país», referiu Luís Meira, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) português, à chegada ao aeroporto da capital guineense. Desde o início do atual surto, há cerca de um ano, o vírus Ébola não foi detetado na Guiné-Bissau, mas já afetou os países vizinhos, o que justifica medidas de prevenção. «A Guiné-Bissau tem uma relação muito próxima com Portugal: há vários voos daqui para Lisboa» e há interesse das autoridades portuguesas em que «eventuais casos sejam identificados e tratados», acrescentou. Até essa altura e já a partir de sábado, vão arrancar contactos para montar a infraestrutura física onde vai ficar instalado o laboratório, no Hospital Simão Mendes, na capital guineense. A equipa inclui dois membros do Instituto Nacional de Saúde (INSA) Ricardo Jorge. Para além do diagnóstico de eventuais casos de Ébola, a comitiva portuguesa que vai permanecer em território guineense durante seis meses vai também prestar formação aos médicos do país. O chefe da missão refere que ninguém receia a proximidade em relação aos países onde o vírus já fez vítimas. «Todos vieram de peito aberto para ajudar. É um desafio a nível pessoal», sublinhou Luís Meira. Até agora, ainda não houve nenhum caso suspeito na Guiné-Bissau em que fosse necessário recolher amostras biológicas para despistar a presença do vírus. Se tal acontecesse, as autoridades guineenses teriam que esperar que o material fosse encaminhado em condições de transporte extremamente exigentes para um laboratório em Dacar, capital do Senegal. Nestes casos, a existência de um laboratório como o que Portugal vai montar pode ser crucial para baixar o risco de infeção. «O principal problema nesta situação acaba por ser a falta de conhecimento exato do que vai acontecendo. Aí, o apoio laboratorial é fundamental», concluiu. Dos 11 elementos que hoje chegaram a Bissau, quatro deverão regressar a Portugal ao cabo de uma semana (após montagem do laboratório) enquanto os restantes sete (incluindo os dois membros da INSA) vão permanecer. |