Ébola: Espanha era o 19º país, sexto da Europa, com maior risco de contágio – estudo 07 de outubro de 2014 Espanha, onde ontem foi confirmado o primeiro caso de contágio de Ébola na Europa – uma enfermeira que atendeu a segunda vítima mortal espanhola – era o 19º país com maior risco de contágio, segundo um estudo divulgado recentemente. O estudo, produzido pela Universidade de Lancaster, noroeste da Inglaterra, aplicava vários critérios como padrões de deslocações da população ritmo de contágio e considerava que seis outros países europeus tinham mais risco: França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e Suíça. Segundo o estudo, o risco de que houvesse um caso de contágio em Espanha era de 14%. As autoridades sanitárias espanholas confirmaram ontem que o primeiro caso de contágio na Europa ocorreu em Madrid, numa auxiliar de enfermaria que atendeu a segunda vítima mortal da doença, o missionário Manuel Garcia Viejo, citou a “Lusa”. No hospital Carlos III entraram dois casos de Ébola, dos missionários Miguel Pajares e Manuel García Viejo, repatriados de África onde contraíram a doença e que acabaram por morrer em Madrid. Ministra: Governo está a investigar circunstâncias de contágio em Espanha «Estamos a averiguar a fonte de contágio, verificando se se seguiram estritamente todos os protocolos estabelecidos. Vamos colocar todos os meios necessários à disposição dos médicos e enfermeiros para responder a estar situação», disse Ana Mato. «Quero deixar uma mensagem de tranquilidade a todos os cidadãos. Contamos com pessoal magnificamente formado para tratar estas situações e com capacidade técnica para lidar com o caso», afirmou, segundo a “Lusa”. Ana Mato explicou que quando o caso foi detetado se iniciou o protocolo de atuação, em coordenação pelo Governo central e pela Comunidade Autónoma de Madrid. «Estamos a trabalhar de forma coordenada para dar a melhor atenção à paciente e para garantir a segurança de todos os cidadãos», disse. «Tenham a certeza de que se estão a tomar todas e cada uma das medidas para garantir a melhor atenção ao paciente e para garantir a segurança do pessoal sanitário e de toda a população», afirmou. Mato disse que Espanha mantém sobre o Ébola sob «absoluta coordenação a nível nacional e internacional», colaborando ativamente e seguindo todas as recomendações da OMS, especialmente desde que a 8 de agosto se declarou o vírus de Ébola como «emergência de saúde pública de importância internacional». Obama assegura que riscos da epidemia nos EUA são «extremamente fracos» O Presidente norte-americano, Barack Obama, reafirmou ontem que os riscos de uma epidemia do ébola nos Estados Unidos são «extremamente fracos», mas anunciou um controlo mais rigoroso nos aeroportos. «Tendo em consideração as medidas aplicadas, a qualidade do nosso sistema de saúde e a natureza do vírus ébola, que não se transmite facilmente, os riscos de uma epidemia nos Estados Unidos são extremamente fracos», sublinhou Obama, após um encontro na Casa Branca com as autoridades sanitárias e responsáveis do seu conselho de segurança nacional. «Não temos uma margem de erro importante», sublinhou, no entanto, apelando ao estrito respeito pelos procedimentos e sublinhando que estão em estudo novos protocolos para reforçar o controlo dos passageiros nos aeroportos de África ocidental e na chegada destes voos aos Estados Unidos. Em paralelo, Obama considerou insuficiente a resposta da comunidade internacional face ao avanço da epidemia na África ocidental. «Alguns países não responderam rapidamente e conforme seria necessário», declarou, acrescentando: «Alguns grandes países não estão a fazer o suficiente», ressalvou, sem citar nomes. O Presidente norte-americano declarou que vai «pressionar os chefes de Estado e de Governo através do mundo que façam tudo o que puderem para se juntarem aos Estados Unidos». No total, o Pentágono poderá enviar cerca de 4.000 soldados em direção à África ocidental para participarem no combate à epidemia do ébola, mais 1.000 do que o previsto no plano anunciado inicialmente por Obama. Delegada do governo de Madrid apela à calma A delegada do Governo espanhol apelou ontem à calma e pediu para evitar o alarmismo perante o primeiro caso de infeção por ébola em Espanha, considerando que deve ser revisto todo o protocolo para perceber o que falhou. Numa entrevista ao programa 24 horas, da “Televisão Espanhola” (TVE), Cristina Cifuentes desejou uma recuperação rápida à auxiliar de enfermagem contagiada com ébola e defendeu que devem ser assumidas «responsabilidades políticas com caráter geral», já que é importante saber o que se passou. Defendeu ainda a transparência, assim como a informação da população, de modo a que a «desinformação» não provoque alarme social, sublinhando que deve ser averiguado o que falhou para que não volte a acontecer. Sustentou ainda que este episódio de ébola deve considerar-se «um caso pontual». A delegada não quis pronunciar-se sobre a repatriação de Miguel Pajares e de Manuel García Viejo, os dois espanhóis contagiados na Libéria que faleceram poucos dias depois de chegarem a Madrid, e insistiu que agora a pririoridade é a recuperação da auxiliar de enfermagem, tal como a revisão dos protocolos para apurar como contraiu a doença. Pediu ainda aos cidadãos espanhóis para que desconfiem dos rumores que «circulam pela Internet» depois de se saber deste caso de contágio em Espanha e assegurou que não se pode duvidar de que as autoridades sanitárias estejam a rever o protocolo. Elogiou também o sistema de saúde espanhol, em particular o madrileno, garantindo que o hospital de referência e o que está preparado para lidar com este tipo de doença infeciosa é o Carlos III. Enfermeira espanhola com Ébola isolada no hospital onde foi contagiada A auxiliar da enfermaria espanhola infetada com o Ébola em Madrid, o primeiro caso de contágio na Europa, está desde a madrugada de hoje isolada no hospital Carlos III, onde contraiu o vírus. Fontes médicas confirmaram que a enfermeira está com febre, mas «estável», na ala do hospital onde atendeu as duas vítimas mortais espanholas de Ébola, dois missionários transferidos de África. A mulher foi transferida do Hospital de Alcorcon – onde duas análises realizadas na segunda-feira confirmaram o contágio – para o Carlos III, um centro especializado em doenças infeciosas. Na transferência entre os hospitais a mulher foi transportada numa ambulância escoltada por vários carros da Polícia Nacional e da Guarda Civil. Espanha tinha já registado dois casos mortais e cerca de duas dezenas de casos suspeitos cujas análises deram resultados negativos. |