Ébola: Estudos mostram que evolução é mais lenta que outros vírus 30 de Janeiro de 2015 O vírus do Ébola evolui mais lentamente do que outros, como o da gripe ou da sida, «e não o contrário, como se disse», assegurou um perito do Instituto Pasteur, um dos centros cimeiros a investigar a epidemia. «A principal característica dos vírus aéreos é a sua tendência para evoluir depressa, mas o do Ébola, felizmente, não se comporta da mesma forma», revelou Etienne Simon-Loriere, investigador do Instituto Pasteur, em entrevista telefónica à agência “Efe” De acordo com o perito, o seu centro de investigação continua a trabalhar sobre as potenciais mutações da estirpe proveniente da Serra Leoa, sendo fundamental manter o vírus permanentemente vigiado para se ficar ao corrente de eventuais mutações. O investigador considerou «muito interessante» o fenómeno dos doentes expostos ao vírus do Ébola que não apresentam sintomas. «Trata-se de algo comum e sucede com muitas doenças face a pessoas com um sistema imunitário extraordinário. Infelizmente, não podemos garantir que os portadores assintomáticos não contagiem outras pessoas», alertou o especialista citado pela agência “Lusa”. No que se refere ao trabalho desenvolvido para conseguir uma vacina contra a doença, Etienne Simon-Loriere revelou que o Instituto Pasteur está atualmente a trabalhar em duas. «A primeira das vacinas, que está na segunda fase de desenvolvimento, é uma variante da vacina do sarampo», mas «não é possível» avançar com uma data sobre quando estará pronta, declarou o investigador. Quanto à segunda, «faz parte do grupo de vacinas utilizadas em terapia genética que costumam funcionar adequadamente e podem ser aplicadas a pessoas que já tenham sido expostas ao vírus», adiantou. «É um pouco como a vacina contra a raiva, que se aplica a uma pessoa depois desta ter sido mordida», comparou. O primeiro caso do novo surto de Ébola – o primeiro registado na África Ocidental – surgiu em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri e, de lá, estendeu-se à Libéria e à Serra Leoa, infetando cerca de 22.000 pessoas, das quais quase 9.000 morreram, segundo a Organização Mundial de Saúde. |