Ébola: EUA procuram pessoas que possam ter contactado com doente infetado 606

Ébola: EUA procuram pessoas que possam ter contactado com doente infetado

02 de outubro de 2014

As autoridades do Estado do Texas estão à procura de todas as pessoas, crianças incluídas, que possam ter estado em contacto com um paciente liberiano, infetado pelo Ébola, que foi diagnosticado tardiamente nos Estados Unidos.

De acordo com a “Lusa”, os Centros de Controlo e Prevenção das Doenças (CDC, na sigla em Inglês) afirmaram que as pessoas que podem ter sido infetadas são objeto de uma estreita vigilância médica.

Entre estes estão «crianças em idade escolar, que estiveram em contacto com o paciente», declarou o governador estadual, Rick Perry.

Um dirigente do liceu Emmett J. Conrad, de Dallas, informou os pais de que um aluno «teria estado em contacto» com o doente, mas que não apresentava «qualquer sintoma».

O diretor dos serviços de saúde do condado de Dallas, Zachary Thompson, adiantou que um próximo do doente está s ser acompanhado por médicos.

Um perito dos CDC indicou em conferência de imprensa, em Monróvia, que o doente era liberiano.

O período de incubação varia entre dois e 21 dias e entre os sintomas de contágio estão dores de cabeça, febre ou vómitos.

Sem sintomas desde a sua chegada a Dallas em 20 de setembro, proveniente da Libéria, começou a sentir-se mal no dia 24 e dirigiu-se às urgências na noite de 25 de setembro, antes de aí regressar no dia 28, após o que ficou colocado em quarentena.

As autoridades sanitárias inquietam-se com a possibilidade de durante os quatro dias, de 24 a 28, onde esteve contagioso sem estar em quarentena, tenha podido contaminar outras pessoas.
 

Médicos Sem Fronteiras rejeitam dinheiro da Austrália e pedem envio de pessoal

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) recusou o dinheiro doado pelo Governo australiano e instou as autoridades a enviarem antes pessoal de saúde para a África Ocidental para combater o Ébola.

«A MSF simplesmente não tem capacidade para fazer o trabalho sozinha. Estamos a recusar gente nas nossas clínicas que tem estado [a operar], há semanas, acima daquilo que é a sua capacidade», indicou a organização em comunicado divulgado ontem pelos média locais.

O Governo de Camberra ofereceu aos Médicos Sem Fronteiras uma verba de 2,2 milhões de dólares (1,75 milhões de euros), mas a organização não-governamental reclamou antes o apoio de pessoal por considerar que poderia ter «um impacto muito significativo» no quadro dos esforços de combate à doença.

«Até uma dúzia de pessoas capacitadas que possa supervisionar as equipas locais na gestão do centro de isolamento, ajuda na detenção de casos e medidas de controlo do surto poderia salvar milhares de vidas», realçou a MSF.

A MSF diz que as limitações logísticas impedem a organização de aumentar a sua ajuda em países como a Libéria, Serra Leoa ou Guiné-Conacri, três dos países mais afetados.

«A Austrália deve parar de dar desculpas para se unir na luta contra o Ébola (…). Países como a Austrália, com capacidade para fazer a diferença no terreno, estão a olhar para o lado para evitar ter responsabilidade e recusam-se a enviar o seu próprio pessoal para ajudar», sublinha a MSF no mesmo comunicado citado pela agência noticiosa espanhola “Efe”.

Cabo Verde decide hoje  se controla e fecha fronteira aérea com EUA

O Governo cabo-verdiano vai analisar hoje em Conselho de Ministros se serão tomadas medidas sanitárias restritivas e adicionais aos voos provenientes dos Estados Unidos, após a confirmação de um caso de Ébola em solo norte-americano, avançou a “Lusa”.

Em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima, lembrou que o encerramento das fronteiras – aéreas, marítimas ou terrestres – é uma das recomendações feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para controlar a epidemia do vírus que afeta sobretudo a África Ocidental.

A ministra cabo-verdiana, que falava à margem da assinatura de um protocolo de cooperação com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), salientou que a questão será avaliada quinta-feira em Conselho de Ministros, escusando-se a adiantar mais pormenores.

«Vamos avaliar a questão amanhã no Conselho de Ministros, porque teremos de, em função da resolução da OMS, que se aplica aos países afetados, decidir o que fazer. Anunciaremos a decisão amanhã (quinta-feira)», afirmou.

No entanto, questionada sobre se o caso de Ébola dos Estados Unidos vai ter o mesmo tratamento que as autoridades sanitárias cabo-verdianas darão ao Senegal, que também registou um caso que, depois, viria a confirmar-se não ser de Ébola, Cristina Lima insistiu que Cabo Verde limita-se a acatar as recomendações da OMS.

«O Senegal tinha o facto de ter mais casos de contacto, eram 67. Mas, a partir do momento em que há um país declarado afetado, dependemos do que a OMS disser. Estamos à espera que a OMS decrete a saída do Senegal dessa lista, porque, para se considerar um país não afetado, é necessário passarem 42 dias sobre a última situação. Devemos estar a dez dias de isso acontecer e estaremos amanhã (quinta-feira) a reanalisar todas essas questões», explicou.

Segundo a OMS, o número de vítimas mortais da epidemia de Ébola, sobretudo na África Ocidental (Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa), já ultrapassou os três mil, cerca de metade dos 6.500 casos recenseados.

Cabo Verde não registou até agora qualquer caso suspeito ou de doença.