Ébola: FMI aprova ajuda de 102,5 ME para Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa 29 de setembro de 2014 O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na sexta-feira a aprovação de um financiamento suplementar de 130 milhões de dólares para combater o Ébola na Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa, que já beneficiam de um plano de ajuda da organização. A verba de 130 milhões de dólares (102,5 milhões de euros) será desbloqueada de forma imediata: 49 milhões de dólares (38,6 milhões de euros) para a Libéria, 41 milhões de dólares (32,3 milhões de euros) para a Guiné Conacri, e outros 40 milhões de dólares (31,5 milhões de euros) para a Serra Leoa. O objetivo do FMI é o de ajudar a Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa a responder ao surto epidémico do Ébola, que já matou quase 3.000 pessoas desde dezembro, indica um comunicado citado pelas agências internacionais, revelou a “Lusa”. «O surto de Ébola já custou demasiadas vidas. Esta crise humanitária teve também profundas consequências económicas», disse a diretora do FMI, Christine Lagarde, em comunicado. Na quinta-feira, o Banco Mundial quase duplicou a sua ajuda de emergência, de 230 para 400 milhões de dólares (de 181 milhões de euros para 315 milhões de euros), enquanto a comunidade internacional reunida nas Nações Unidas, em Nova Iorque, foi chamada a fazer mais para conter a epidemia. O Presidente norte-americano apelou na 69.ª Assembleia-geral da ONU a uma ação global mais rápida para combater o Ébola. Para Barack Obama, a África Ocidental foi «esmagada» pela crise do Ébola. «Os sistemas de saúde públicos estão à beira do colapso», disse entretanto numa cimeira de saúde na Casa Branca. Especialistas europeus apelam a aumento dos recursos para combater a epidemia do Ébola «que ameaça o mundo» Num artigo hoje publicado no jornal médico “TheLancet”, 44 profissionais e universitários de saúde pública defendem que os países europeus devem enviar urgentemente pessoal médico, laboratórios de campanha, vestuário de proteção, desinfetantes e material básico, incluindo geradores de eletricidade. «Após meses de inação e negligência da comunidade internacional», a epidemia do Ébola na África ocidental propagou-se, assinalam na sua carta aberta. «Hoje, o vírus é uma ameaça não apenas para os países onde a epidemia submergiu a capacidade dos sistemas de saúde, mas também para todo o mundo». «Exortamos os nossos governos a mobilizarem todos os recursos disponíveis para ajudar a África ocidental, confrontada com esta terrível epidemia». Especialistas da Bélgica, Dinamarca, França. Alemanha, Hungria, Irlanda, Israel, Holanda, Polónia, Portugal, Sérvia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido evocam diversos caminhos possíveis. Exortam os governos a criar mecanismos que permitam aos profissionais de saúde do setor público promoverem o voluntariado durante uma licença temporária, e com um prémio de risco. Evocam ainda as «necessidades urgentes» para o acompanhamento do diagnóstico, comunicações móveis, ou água potável, desinfetantes, sabão ou combustíveis. Os governos deverão ainda incitar as empresas privadas a facilitarem a circulação nas regiões afetadas, e a mobilizarem os meios de transporte militares e civis para «enviar os alimentos, fornecimentos e pessoal para as regiões afetadas». Os signatários consideram ainda que a epidemia do Ébola representa um problema de saúde público decisivo, que caso não seja solucionado «poderá muito bem tornar-se numa crise geopolítica». Reponsável clínico da Libéria sob quarentena após morte de adjunto por Ébola O responsável clínico da Libéria, a principal autoridade médica do país, foi colocado em quarentena em Monróvia após a morte por Ébola do seu adjunto, disseram ontem fontes humanitárias e médicas liberianas. O adjunto de BerniceDahan morreu na quinta-feira, segundo as mesmas fontes. Desde então, Dahan está sob quarentena, por 21 dias, o que corresponde aotempo máximo de incubação do vírus. Todos os funcionários dos seus serviços ficaram também em quarentena. A Libéria é o país mais afetado pela epidemia de Ébola entre as nações da África Ocidental e procura responder a este flagelo desde o final de 2013. «Em Monróvia, cinquenta corpos são cremados diariamente, embora se estime que entre 20% a 30% das pessoas não morreram devido à hemorragia provocada pelo vírus Ébola», de acordo com responsáveis da OMS que pediram o anonimato «Por dia, entre 35 a 40 pessoas morrem na capital da Libéria», sublinharam. «Estamos perante um aumento lento e tratam-se de casos oficialmente registados. Algumas pessoas continuam a enterrar os mortos clandestinamente e nos seus quintais», disse outro elemento da OMS. Um estudo estatístico dos Centros Federais de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC) estima que só 40% dos casos Ébola são declarados oficialmente na Libéria e na Serra Leoa. |