Ébola: Governo espanhol confirma resultado negativo na primeira prova à auxiliar de enfermagem 20 de outubro de 2014 A primeira de duas provas realizada ontem ao sangue da auxiliar de enfermagem espanhola infetada com o Ébola teve resultado negativo, confirmou o Governo espanhol. O resultado é confirmado num curto comunicado do comité especial criado pelo executivo para acompanhar a crise do Ébola em Espanha. «O estado de saúde da paciente hospitalizada no Carlos III evoluciona favoravelmente. A primeira prova foi negativa e o teste será repetido nas próximas horas», refere o comunicado, citado pela “Lusa”. Quando o segundo teste for realizado, poder-se-á verificar que Teresa Romero está livre do vírus, caso se mantenha o resultado negativo. Caso isso ocorra, este surto em Espanha terá terminado, num momento em que passam 21 dias sem que nenhum dos envolvidos no tratamento de Teresa Romero tenha manifestado qualquer sintoma. Além de Teresa Romero, o Comité explica no seu segundo comunicado de ontem que os 15 hospitalizados continuam assintomáticos. Estão ainda à espera da segunda prova (depois de uma primeira negativa) três outras pessoas sob investigação. Trata-se de um viajante procedente da Nigéria, um cooperante das Canárias e um homem que usou a mesma ambulância que transportou Teresa Romero. Ministros dos negócios estrangeiros da UE reúnem-se hoje Os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se hoje, no Luxemburgo, numa altura em que aumenta a pressão para responder à epidemia provocada pelo vírus Ébola, que poderá ser o «desastre da geração», avançou a “Lusa”. Citado pela agência “France Presse”, um diplomata da União Europeia afirmou que a Grã-Bretanha espera «galvanizar a ação da Europa», já que é um país que enviou um navio da Marinha para Serra Leoa com profissionais e equipamento médico. «Há o sentimento real de que temos que lidar com a situação agora. Se conseguirmos lidar no país, não teremos que lidar com a situação em casa», comentou o diplomata, que informou haver planos de apoio dos Estados Unidos para a Libéria, Grã-Bretanha para a Serra Leoa e da França para a Guiné Conacri. A organização não governamental Oxfam, que trabalha na Libéria e Serra Leoa, lançou o aviso que a epidemia pode «tornar-se o desastre humanitário desta geração» e tem solicitado mais ajudas. Para hoje está marcada uma reunião de ministros dos Estados-membros da UE responsáveis pelos Negócios Estrangeiros, presidida pela alta representante para os Negócios Estrangeiros e a política de Segurança, Catherine Ashton. Doze países reúnem-se hoje em Havana para debater medidas Representantes de 12 países vão reunir-se hoje em Havana, Cuba, para participar numa cimeira extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), centrada na adoção de medidas para prevenir e impedir a expansão do vírus Ébola, de acordo com a “Lusa”. A realização da cimeira partiu de uma proposta do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que a 9 de outubro pediu à ALBA «uma reunião muito rápida, integral, de urgência dos ministros da saúde» para «passar revista aos protocolos e estabelecer uma cooperação integral próxima» para combater o vírus. Entretanto, através do canal de televisão estatal “Venezolana de Televisión”, Nicolás Maduro confirmou que viajará para Havana para participar na iniciativa. «Será uma cimeira sobre um só tema: como preparar os nossos países para prevenir e enfrentar a ameaça do Ébola, um grande tema de saúde, porque é uma grande ameaça e temos de nos preparar», disse. Segundo diversas fontes, na cimeira vão participar vários governantes e representantes dos doze países que fazem parte da Alba (Antigua & Barbados, Bolívia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, Santa Lucia, San Vicent & Granadinas, Venezuela, Suriname, Guiana e Haiti). Deverá também participar, segundo a agência de notícias cubana “Prensa Latina”, o coordenador da Organização das Nações Unidas para a Luta contra o Ébola, David Nabarro. Está já em Havana a diretora geral da Organização Panamericana da Saúde, Carissa Etienne. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na sexta-feira o fim da epidemia do vírus do Ébola no Senegal. «A OMS declara oficialmente o fim da epidemia de Ébola no Senegal e felicita este país pela sua prontidão para acabar com a transmissão do vírus», referiu a organização, num comunicado divulgado em Genebra, citado pela “Lusa”. O único caso de Ébola no Senegal foi confirmado a 29 de agosto e envolveu um homem jovem que viajou de carro de Dacar para a Guiné-Conacri, onde esteve em contacto direto com um doente infetado com o vírus. O jovem recebeu tratamento e foi declarado livre do vírus. «A resposta do Senegal é um bom exemplo do que podemos fazer quando confrontados com um caso importado de Ébola», indicou a OMS. O governo senegalês reagiu «rapidamente» para travar a propagação da epidemia. Segundo o plano de ação posto em prática pelas autoridades de Dacar, cerca de 74 pessoas que estiveram em contacto direto com o doente foram identificadas e monitorizadas. Em paralelo, o país lançou uma vasta campanha de informação sobre a doença. A OMS tratou este caso senegalês como uma urgência de saúde pública e enviou para o terreno uma equipa de epidemiologistas para trabalhar em parceria com os médicos locais e com as equipas dos Médicos sem Fronteiras. A 5 de setembro, as análises laboratoriais feitas ao doente deram resultado negativo quanto à presença do vírus do Ébola. O Senegal manteve o estado de alerta do país durante 42 dias, ou seja, o dobro do tempo máximo de incubação do vírus, para detetar outros possíveis casos de Ébola. A OMS indicou, no entanto, que o Senegal, devido à sua posição geográfica, ainda é «vulnerável» a outros casos de Ébola, importados dos países mais afetados pela epidemia (Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa). Devido a esta proximidade, o país deve permanecer «vigilante» sobre qualquer caso suspeito, «em conformidade com as indicações da OMS». |