Ébola: Governo moçambicano ativa plano de contingência
12 de Agosto de 2014
O Governo moçambicano ativou um plano de contingência contra a epidemia de ébola e que prevê o reforço da vigilância nas fronteiras do país e a preparação dos profissionais de saúde para eventuais casos.
Segundo informação pública divulgada pelo Ministério da Saúde, o Governo criou uma equipa multidisciplinar, liderada pela Direção Nacional de Saúde Pública, e que inclui instituições ligadas à saúde militar, aeroportos, serviços de migração, Hospital Central de Maputo, Instituto Nacional de Saúde e ainda Organização Mundial de Saúde, Unicef e Médicos Sem Fronteiras.
Além de preparar o Serviço Nacional de Saúde para um eventual caso de ébola, as autoridades moçambicanas estão a reforçar a vigilância nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas.
À chegada a Moçambique, cada viajante é questionado sobre o país de procedência e escalas realizadas e presença de sintomas que podem estar relacionados com a doença.
Segundo o Ministério da Saúde, estão a ser criadas condições para estes procedimentos nos aeroportos internacionais de Maputo, Inhambane/Vilanculos, Beira, Nampula e Pemba, bem como nas fronteiras terrestres nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Tete, Gaza e Maputo.
Nestes locais, deverão ainda ser colocados cartazes com indicações para os viajantes sobre os procedimentos a que serão sujeitos à entrada em Moçambique e disponibilizada uma ambulância especialmente equipada para o transporte de casos suspeitos para as unidades de referência.
Também nos portos está previsto que todos os marinheiros de barcos internacionais sejam controlados à chegada pelas autoridades moçambicanas.
Entre as medidas de prevenção contam-se ainda o aprovisionamento de equipamentos, materiais e medicamentos de suporte, treino do pessoal de saúde (clínico e de saúde pública) e do pessoal de laboratório, para a colheita e transporte de amostras, e informação ao público sobre as formas de transmissão e prevenção de ébola.
O plano prevê ainda a resposta ao eventual surgimento de um caso suspeito ou de um caso confirmado e que contempla a educação da comunidade sobre o modo de transmissão da doença e o controlo da infeção em casa e durante os funerais, apontou a “Lusa”.
Todas as províncias moçambicanas, segundo o Ministério de Saúde, foram instruídas para preparar unidades de isolamento, aproveitando, em muitos casos, infraestruturas usadas anteriormente nos surtos de cólera.
A unidade de isolamento em Maputo pertence ao Hospital Geral de Malavane, segundo a informação disponibilizada pelas autoridades moçambicanas.
Cabo Verde reforça comunicação com desdobráveis e programas nas rádios e televisões
As autoridades sanitárias de Cabo Verde estão a reforçar a comunicação com desdobráveis, cartazes, outdoors e programas nas rádios e televisões do país sobre o surto do vírus Ébola que atinge a África Ocidental.
Segundo uma fonte do Ministério da Saúde cabo-verdiano, a situação no país é tranquila e as autoridades continuam as campanhas de prevenção e vigilância nos portos e aeroportos.
«Também reforçamos as campanhas nas rádios, inclusive as comunitárias, e televisões nacionais. No Aeroporto da Praia, as informações são em português, inglês e francês», indicou a fonte à agência “Lusa”, dizendo que o objetivo do Ministério da Saúde não é causar pânico nas pessoas, mas sim ter toda a gente mais alerta e informada sobre a doença.
«É também uma forma de testar a nossa capacidade de reação», reforçou a fonte, recordando o falso alarme de suspeita de um caso de Ébola no passado domingo de um passageiro que vinha de Marrocos, mas que depois se confirmou que tinha apenas febre.
«Estamos a mobilizar todas as camadas sociais, os delegados de saúde em todos os concelhos, numa forma de aumentar a sensibilização. Quanto mais gente informada sobre como se transmite e se previne o Ébola, melhor», concluiu.
Cabo Verde ainda não registou qualquer caso de Ébola.