Ébola: INEM investiu 200 mil euros em material e tem cinco “casulos” em Portugal 09 de outubro de 2014 O INEM investiu cerca de 200 mil euros na aquisição de material de proteção contra o Ébola, contando com cinco “biobags”, uma espécie de casulo para transportar o doente em segurança, revelou o presidente deste organismo. Em declarações à agência “Lusa”, Paulo Campos garantiu que Portugal está preparado para combater a infeção, dispondo de sete “biobags”, cinco dos quais do INEM. Cada uma destas câmaras de pressão negativa custa entre sete a dez mil euros, bem mais do que os 50 euros que custa cada equipamento de proteção individual. Segundo Paulo Campos, o INEM dispõe de uma quantidade «suficiente» de fatos, a qual foi estimada tendo em conta as exigências de proteção no contacto com uma pessoa infetada com Ébola. A esse propósito, lembrou que um profissional só pode usar este fato durante uma hora. «Estamos preparados para ir buscar qualquer doente, em qualquer situação e em qualquer sítio», disse. De acordo com o balanço da atuação do INEM, «no âmbito do Plano de Contingência para o vírus Ébola, até ao momento foram solicitados ao instituto quatro transportes de casos suspeitos, que vieram a confirmar-se todos eles como negativos». Tratou-se de situações que ocorreram nos dias 08 e 14 de agosto, no dia 02 de setembro e no dia 02 de outubro. Numa destas situações, «o transporte do doente para a unidade de saúde de referência não se efetivou, por entretanto uma melhor avaliação ter confirmado que o caso não cumpria os critérios clínicos». «O INEM tem atualmente equipas específicas – compostas por técnicos de emergência, enfermeiros e médicos – com capacidade de intervenção em todo o território continental, para atuar no socorro e transporte de casos suspeitos de contaminação pelo vírus Ébola», indica o balanço do instituto. Japão autoriza uso de medicamentos experimentais contra o Ébola O Ministério da Saúde está a elaborar um plano específico para autorizar o uso de fármacos no caso de se diagnosticarem contágios no país e se os pacientes se responsabilizarem, noticiou a televisão “NHK”. Os medicamentos serão administrados a eventuais doentes que tenham dado a sua autorização depois de informados dos efeitos secundários observados na fase de testes. O antigripal Avigan, elaborado por laboratórios do grupo japonês Fujifilm, é um dos poucos usados atualmente de forma experimental para tratar o Ébola, ainda que a sua efetividade não tenha sido provada clinicamente, nem a sua utilização autorizada pela Organização Mundial de Saúde. Seis pessoas continuam sob observação em Madrid Dois médicos do hospital de Alcorcon, ambos sem sintomas da doença, e um enfermeiro entraram no hospital para se submeter a observação, depois da confirmação, na segunda-feira, do primeiro caso de contágio com Ébola em Madrid. Um dos médicos foi o que atendeu a auxiliar de enfermagem Teresa Romero Ramos num centro de saúde de Alcorcon. O outro médico atendeu também Teresa Romero, mas já no serviço de urgências do Hospital de Alcorcon. O terceiro a entrar nas últimas horas foi um enfermeiro da equipa do Carlos III que tinha participado na equipa que atendeu os dois missionários espanhóis repatriados com Ébola e que acabaram por morrer em Madrid. Nas últimas horas tiveram alta duas pessoas – o espanhol que tinha sido observado depois de uma viagem à Nigéria e uma enfermeira do Carlos III – depois de análises negativas ao Ébola. Além de Teresa Romero e das três pessoas que entraram nas últimas horas estão também sob observação uma outra enfermeira, ainda à espera de fazer análises e o marido da auxiliar de enfermagem. Custo pode chegar aos 25,32 mil milhões de euros – Banco Mundial O Banco Mundial (BM) estimou ontem que os efeitos económicos do surto de Ébola possam chegar aos 32 mil milhões de dólares (25,32 mil milhões de euros) no final de 2015 caso alastre na África Ocidental. Em comunicado, o Banco Mundial afirma que decidiu ampliar a sua análise, dada a «considerável incerteza sobre a trajetória» do surto, atualmente concentrado na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri. O BM esboçou dois cenários nos seus novos cálculos sobre o vírus Ébola, que já custou a vida a mais de 3.400 pessoas, um de contenção do surto nos três países mais afetados e outro de expansão aos países vizinhos da África Ocidental. Os efeitos sobre a Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri situar-se-iam entre 500 milhões e 1,40 mil milhões de dólares (entre 396,77 milhões de euros e 1,10 mil milhões de euros). No primeiro cenário, o custo total rondaria os 1,60 mil milhões de dólares (1,26 mil milhões de euros) no final de 2015, enquanto no mais grave, se elevaria a 32 mil milhões de dólares (25,32 mil milhões de euros), ao envolver economias mais potentes como o Senegal ou a Nigéria, que até agora conseguiram conter a expansão do surto. O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, considerou que esta questão deve levar a comunidade internacional «a encontrar formas de vencer os obstáculos logísticos e a fornecer mais médicos e apoio sanitário». O BM já comprometeu mais de 400 milhões de dólares (316,6 milhões de euros) para o combate ao Ébola, o que, segundo Jim Yong Kim, «poderia ter sido evitado através de um prudente e continuado investimento no fortalecimento dos sistemas sanitários». Autoridades espanholas matam cão da auxiliar de enfermagem infetada Excalibur, o cão de uma auxiliar de enfermagem espanhola infetada com o vírus Ébola, foi morto ontem por decisão das autoridades espanholas, anunciou a Comunidade de Madrid, em comunicado. A sua eutanásia provocou manifestações de defensores da causa animal na capital espanhola, constatou um fotógrafo da agência noticiosa “AFP”, e uma petição que defendia a sua colocação em quarentena, em vez da morte, recolheu 374 mil assinaturas. O animal apresentava «um risco de transmissão da doença ao homem», justificou-se a Comunidade de Madrid, num comunicado emitido 40 minutos depois da retirada do Excalibur do domicílio da doente. O animal foi anestesiado antes de ser morto, «para evitar o seu sofrimento». Na terça-feira passada, o Departamento de Saúde da comunidade madrilena argumentara que a informação existente mostra que «os cães podem ser portadores do vírus mesmo sem terem sintomas». Desta forma, os animais poderiam «eliminar o vírus nos seus fluídos, com um risco potencial de contágio», adiantara o Departamento. Durante a operação policial de retirada do cão da habitação da doente, houve momentos de tensão entre a polícia e militantes dos direitos dos animais. Os serviços de urgência da Comunidade de Madrid informaram a existência de um homem, que tem cerca de 30 anos, com um traumatismo craniano, e Belen Diaz, uma fotógrafa independente disse à “AFP” estar ferida na cabeça. A polícia, por seu lado, disse não ter relatos da existência de feridos. A dona do animal, de 44 anos, foi hospitalizada na segunda-feira depois de se ter detetado que estava infetada com o Ébola. A auxiliar de enfermagem fazia parte da equipa médica que tratou dois missionários espanhóis infetados com o vírus e repatriados de África, que morreram, respetivamente, em 12 de agosto e 25 de setembro passados. A febre hemorrágica Ébola já causou 3.429 mortos na África Ocidental dos 7.478 casos registados em cinco países (Serra Leoa, Guiné-Conacri, Libéria, Nigéria e Senegal), segundo o último balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde, até a 01 de outubro, publicado na sexta-feira em Genebra. |