Ébola: INEM tem equipas específicas e material de proteção elevado
08 de Agosto de 2014
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem equipas específicas e material com um grau de proteção superior para atuar no socorro e transporte de casos suspeitos de ébola até aos hospitais de referência.
Fonte do INEM disse à agência “Lusa” que, sempre que este instituto for chamado a socorrer um indivíduo suspeito de estar infetado com o vírus do Ébola, serão equipas especializadas a atuar, as quais receberam uma formação específica.
Na quinta-feira, todos os colaboradores do INEM receberam novamente informação sobre o vírus do Ébola – que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar o estado de «emergência de saúde pública de carácter mundial» – nomeadamente os seus sinais e sintomas, bem como as formas de atuar.
Além da constituição de equipas especializadas e da formação específica, o INEM adquiriu material com um grau de proteção superior, o qual será usado em casos suspeitos de infeção.
O INEM atuará no socorro a casos suspeitos e no seu transporte aos hospitais definidos para atender estes casos, que em Lisboa é o Curry Cabral e o Dona Estefânia e, no Porto, o São João.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, pediu hoje à comunidade internacional que ajude os países afetados a combater a epidemia de Ébola, a pior em quatro décadas.
Hospital de São João treinou profissionais desde março e adquiriu equipamento
O treino de profissionais para as manobras necessárias e a utilização devida do equipamento de proteção fazem parte do plano de contingência que o Hospital de São João, no Porto, elaborou para responder a casos de Ébola.
Carlos Alves, infeciologista e coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo de Infeção do Hospital de São João, disse à “Lusa” que o facto da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter hoje decretado o estado de emergência mundial de saúde pública não obriga a alterações dos procedimentos daquela unidade hospitalar.
«O nosso plano estava estabelecido, continua com os mesmos parâmetros para responder a casos suspeitos ou de doença», disse o infeciologista de um dos três hospitais de referência em Portugal. Os outros dois são o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa.
Desde março que o hospital tem vindo a preparar-se para responder a uma eventual procura de casos suspeitos ou de doença, tendo adquirido para tal algum material de proteção.
Ao nível dos recursos humanos, Carlos Alves disse estar previsto o aumento do número de profissionais ou o desvio para os setores mais necessários, sempre que tal for preciso, mas garantindo «a sua segurança».
Para o infeciologista, a declaração de estado de emergência mundial de saúde pública pela OMS significa que quem está no terreno vai dando indicações de que há a probabilidade dos casos aumentarem.
Carlos Alves considera que o Hospital de São João está preparado para responder a eventuais casos suspeitos ou de doença pelo vírus do Ébola, nomeadamente ao nível do tratamento de suporte que pode ser oferecido a estes doentes e que pode «fazer a diferença entre a vida e a morte».
«Infelizmente não há um medicamento específico para a doença», disse.