Ébola: Infeções podem triplicar para 20.000 até novembro – OMS 23 de setembro de 2014 As infeções pelo vírus do Ébola podem triplicar para 20.000 até novembro, aumentando aos milhares todas as semanas, caso os esforços para travar o surto não sejam fortemente reforçados, advertiu hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS). «Se não travarmos a epidemia muito em breve, isto vai passar de um desastre para uma catástrofe», defende Christopher Dye, o responsável de estratégia da OMS e co-autor de um estudo divulgado hoje. Caso não seja controlado, o surto pode arrastar-se por anos e possivelmente tornar-se endémico na África Ocidental, onde já matou mais de 2.800 pessoas. «Sem melhorias drásticas nas medidas de controlo, o número de casos do vírus e de mortes devido ao Ébola deverá continuar a aumentar de centenas para milhares por semana nos próximos meses», refere o estudo. «Preferimos apontar as projeções até dia 2 de novembro, mas se avançarmos para 2 de janeiro, [o número de vítimas] pode ser de centenas de milhares», disse Dye aos jornalistas em Genebra, onde fica a sede da organização. De acordo com a “Lusa”, o responsável admitiu que o receio é que o Ébola se torne numa característica «mais ou menos permanente» da população humana. Na região afetada pelo surto, o país que enfrenta os maiores desafios é a Libéria, onde mais de 3.000 pessoas foram infetadas e mais de metade morreram, numa altura em que as autoridades de saúde se veem forçadas a rejeitar apoio a pessoas devido à falta crónica de camas e de pessoas. No país encontram-se cerca de 150 trabalhadores de saúde estrangeiros, mas são necessários pelo menos 600. Na Serra Leoa, onde mais de 1.800 pessoas foram infetadas e cerca de 600 morreram, há uma «inundação de corpos», depois de terem sido descobertos 200 novos casos. O estudo da OMS, elaborado pelo Imperial College, de Londres, prevê que se não for tomada qualquer medida relevante, o número de casos confirmados e prováveis a 02 de novembro será de 5.925 na Guiné-Conacri, 9.939 na Libéria e 5.063 na Serra Leoa. De acordo com o estudo, a taxa de fatalidade real é superior à que tem sido estimada de uma morte em cada duas infeções, sendo na verdade de 71 por cento. As Nações Unidas procuram obter quase mil milhões de dólares para derrotar o pior surto de sempre do Ébola, que o Conselho de Segurança já classificou de ameaça à paz mundial. |