Ébola: Ministro da Defesa enaltece prevenção como forma de minizar riscos 395

Ébola: Ministro da Defesa enaltece prevenção como forma de minizar riscos

30 de setembro de 2014

O ministro da Defesa Nacional assistiu hoje a um exercício de prontidão da Força Aérea de combate ao Ébola, registando que a «dimensão preventiva» que é necessário ter e o «máximo de condições» para minimizar os riscos do vírus.

«Aqui temos uma missão preventiva. Devemos ter uma dimensão preventiva, e sabendo que o risco de propagação é grande, de acautelar e ter o máximo de condições para minimizar os riscos que podem ocorrer», declarou José Pedro Aguiar-Branco.

O governante falava na Base Aérea n.º6 do Montijo, após ter assistido a um exercício que contou, por exemplo, com uma visita à aeronave preparada para esta missão, com simulação de doente a bordo, e os procedimentos seguintes de entrega do doente ao INEM.

Aguiar-Branco lembrou, no caso das Forças Armadas portuguesas, que a prioridade será a «evacuação de algum militar que esteja a cumprir alguma operação em teatro de operação de risco», embora o âmbito da missão possa ser alargado.

A acompanhar o ministro estiveram, por exemplo, diversas figuras ligadas às Forças Armadas e o diretor-geral da Saúde, Francisco George.

Num outro tema, e falando aos jornalistas, Aguiar-Branco abordou a coligação internacional contra o Estado Islâmico para assegurar que as «várias vertentes» da mesma, que passarão por ações do foro «militar, humanitárias, de informação e de treino».

«É no âmbito da avaliação em concreto de uma dessas áreas que Portugal irá participar. A própria estruturação da coligação internacional em cada uma dessas áreas é que ainda não está suficientemente desenvolvida», sustentou o ministro da Defesa.

Doença já deixou pelo menos 3.700 crianças órfãs – UNICEF

Pelo menos 3.700 crianças da Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa ficaram órfãs, tendo perdido pelo menos um dos progenitores, devido ao vírus do Ébola, indicam estimativas da UNICEF divulgadas hoje e citadas pela “Lusa”.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou que, dado que a epidemia se intensificou nas últimas semanas, o número de órfãos devido ao vírus pode duplicar até meados de outubro.

«Sabemos que os números que temos são apenas a ponta do iceberg», assinalou Manuel Fontaine, diretor regional da UNICEF para a África Ocidental, numa vídeoconferência a partir de Dacar.

Um dos principais problemas enfrentados por aqueles menores é o repúdio por parte da família por receio de que possam transmitir a doença.

«Vemos que alguns familiares ou vizinhos lhes dão de comer, mas poucos querem acolhê-los», disse Fontaine, salientando ser «raríssimo em África que a família alargada não assuma o cuidado das crianças», o que «mostra o medo que reina».

Perante a situação, a UNICEF está a tentar criar centros infantis para acolher os órfãos, sendo uma das possibilidades os que sobreviveram ao vírus ficarem encarregados deles.

De acordo com os dados divulgados hoje por esta agência da ONU, dos mais de 3.100 mortos com Ébola, 15 por cento eram crianças menores de 15 anos.

As Nações Unidas informaram, por outro lado, que de um total de 987 milhões de dólares solicitados para a luta contra o Ébola apenas foram recebidos até agora 254 milhões, o que corresponde a 26 por cento.

Em seis meses, o Ébola infetou 6.553 pessoas, na maior epidemia da doença registada desde que o vírus foi descoberto em 1976 no antigo Zaire, no que é atualmente a República Democrática do Congo.