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Ébola: Obama discute resposta à epidemia com especialistas

15 de setembro de 2014

O Presidente norte-americano, Barack Obama, vai encontrar-se na próxima semana com os principais especialistas médicos dos Estados Unidos que considera poderem ajudar no combate à epidemia de Ébola em África.

Obama vai viajar, na terça-feira, até à sede dos centros norte-americanos de Controlo e Prevenção de Doenças, em Atlanta, depois de sinalizar meios militares na tentativa de combater o Ébola.

Obama vai ter «um briefing sobre o surto do vírus na África ocidental, discutir a resposta americana ao problema e agradecer aos cientistas, médicos e técnicos de saúde que estão a ajudar as pessoas afetadas pela doença em casa e pelo mundo», afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, citado pela “Lusa”.

Obama disse em entrevista à “NBC News” que os Estados Unidos podem ajudar a instalar unidades de isolamento e equipamentos nas nações africanas afetadas pelo Ébola.

Disse na ocasião não acreditar que o Ébola atinja os EUA, mas reconheceu que o vírus pode mutar e tornar-se uma grande ameaça fora de África.

39 mortos na RDCongo, novo ano escolar começa hoje

A epidemia do ébola fez 39 mortos numa região remota do noroeste da República Democrática do Congo, onde o começo do novo ano letivo, adiado devido à doença, está previsto para hoje, informou o ministro da Saúde.

Félix Kabange Numbi precisou à agência “AFP” que oito dos mortos são profissionais de saúde.

O ministro da Saúde adiantou que existem 66 casos de infeção confirmados, prováveis ou suspeitos e que 284 pessoas que contactaram com doentes ou mortos estão a ser vigiadas.

O anterior balanço, divulgado na quinta-feira, apontava para 37 mortos, 66 casos confirmados, prováveis ou suspeitos e 394 pessoas vigiadas.

Segundo as autoridades congolesas, a epidemia, que foi declarada no país a 11 de agosto, continua confinada à zona de Boende, uma localidade na província do Equador, 800 quilómetros a nordeste de Kinshasa.

«A epidemia está estabilizada no terreno», assegurou o ministro, acrescentando que o começo do novo ano escolar ocorrerá hoje «em todo o território», incluindo as localidades de Boende, Lokolia e Watsikengo, as mais atingidas pela infeção do ébola.

De acordo com as autoridades congolesas e a Organização Mundial de Saúde, a epidemia na República Democrática do Congo distingue-se da que atinge a África Ocidental, onde já morreram mais de 2.400 pessoas desde o início do ano.

Dois médicos holandeses que trabalhavam na Serra Leoa, suspeitos de estarem infetados com vírus do ébola, regressaram ontem à Holanda, onde farão os devidos testes, indicou a fundação Coração de Leão.

Nick Zwinkels e Erdi Huizenga trabalhavam numa clínica da fundação holandesa, na cidade de Yele, no centro da Serra Leoa, um dos países mais fustigados pela epidemia.

Ontem, um médico morreu contaminado pelo vírus, na Serra Leoa, elevando para quatro o número destes profissionais mortos no país devido à doença.

PM da Guiné-Bissau diz que país está mais bem preparado para enfrentar vírus

O primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, disse no sábado que o país está agora mais bem preparado para enfrentar o vírus Ébola, do que quando a doença foi declarada em certos países da África Ocidental.

A Guiné-Bissau ainda não registou nenhuma caso de infeção, mas tem vindo a tomar várias medidas de prevenção.

Simões Pereira falava numa ação de informação organizada por um grupo de jovens sobre as medidas de prevenção do Ébola na qual o Governo aproveitou para entregar equipamento de prevenção ao embaixador da Guiné-Conacri – país vizinho assolado pelo vírus.

«Achamos que estamos hoje melhor preparados para acompanhar a situação do que quando a doença foi declarada», observou o primeiro-ministro guineense, realçando, contudo, a necessidade de continuar com a prevenção.

Domingos Simões Pereira afirmou que o Governo vai proceder a um balanço das medidas tomadas para evitar que a doença chegue ao país, nomeadamente sobre como «aligeirar» o impacto do fecho das fronteiras com a Guiné-Conacri, país onde a doença já causou várias vítimas mortais.

Invocando «razões de ordem humanitária e económica», pelo facto de muitas famílias viverem dos dois lados da fronteira e ainda devido ao fluxo comercial entre os dois países, o primeiro-ministro guineense admitiu a abertura de corredores.

«Sem pôr em causa a emergência sanitária em curso», frisou Domingos Simões Pereira.

A líder do governo anunciou ainda que o Banco Mundial (BM) disponibilizou para o país 750 mil dólares (579 mil euros) para a execução das necessidades imediatas em termos de prevenção do vírus Ébola.

O dinheiro é parte de uma soma de cinco milhões de dólares (3,8 milhões de euros) que o BM vai dar à Guiné-Bissau no âmbito do Plano de Emergência para combate ao Ébola, elaborado pelo Governo, assinalou Domingos Simões Pereira.