Ébola: OMS corrige balanço de mortes para 6.000 em vez de 7.000 02 de dezembro de 2014 A Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou ontem que o último balanço de mortes provocadas pelo Ébola é de cerca de seis mil e não de sete mil como foi divulgado no sábado. «Houve um erro quanto ao número de mortos na Libéria que é de 3.145» e não 4.181 mortos, como foi indicado no sábado por erro, explicou a OMS. A 28 de novembro, havia 2.155 casos de Ébola na Guiné-Conacri, com 1.312 mortos, 7.635 casos na Libéria, com 3.145 mortos, e 7.109 na Serra Leoa, com 1.530 vítimas mortais. Numa conferência de imprensa realizada hoje em Genebra, a OMS afirmou que conseguiu que um primeiro objetivo fosse alcançado na Libéria e na Guiné-Conacri, com 70% dos casos de infetados a serem isolados e tratados e 70% das vítimas mortais da doença enterradas de forma segura. Na Serra Leoa, isso está a ser conseguido em várias regiões, mas há ainda dificuldades na zona oeste do país, onde a epidemia continua a propagar-se, disse a organização, adiantando que espera que o objetivo seja atingido neste país «dentro de semanas». Epidemia vai mergulhar Serra Leoa e Guiné-Conacri na recessão A Serra Leoa, principal vítima económica do Ébola, deverá ver o seu Produto Interno Bruto (PIB) diminuir 2%, enquanto a contração deverá ser menos acentuada na Guiné-Conacri (-0,2%), indicou a instituição, que em contrapartida reviu em alta as projeções para a Libéria, onde a luta contra a epidemia «mostra sinais de progresso». Em outubro, o Banco Mundial previu para 2015 um crescimento sólido na Guiné-Conacri (2%) e sobretudo na Serra Leoa (7,7%), que está a emergir de vários anos de guerra civil. Mas a epidemia do Ébola, que se propagou na África Ocidental depois de agosto, causou cerca de 6.000 mortos, afundou a atividade económica e atrasou os investimentos, ao mesmo tempo que assombrou as perspetivas de crescimento. «Este relatório evidencia a razão porque devemos lutar para atingir o objetivo de zero casos de Ébola», disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, invocando no comunicado os impactos económico e humano «devastadores». A Libéria, que tem o maior número de vítimas mortais (3.145), está ligeiramente melhor do que os seus vizinhos a nível económico e beneficia de uma «forma de retoma de atividade», segundo o Banco Mundial. Animado pelos «progressos» na luta contra a epidemia, o país viu ainda as previsões de crescimento revistas em alta desde outubro, de 1,0% para 3,0%, ainda que estas previsões sejam inferiores às estimadas antes do início da epidemia (6,8%), segundo o relatório, citado pela “Lusa”. No total, segundo o Banco Mundial, o custo da epidemia para as finanças públicas dos três países afetados já atingiu quase meio milhão de dólares (cerca de 500 mil euros). Para lidar com a epidemia, esses países também tiveram que cortar o investimento público na ordem dos 160 milhões de dólares, «minando as perspetivas de crescimento», disse o Banco Mundial. «À medida que aceleramos a nossa resposta sanitária, a comunidade internacional deve fazer todo o possível para ajudar os países afetados a retomarem o caminho da recuperação e do desenvolvimento económico», disse Kim. O Banco Mundial estimou anteriormente que já mobilizou 797 milhões de euros para dar resposta de emergência aos países duramente atingidos pela crise do Ébola, que, até 2015, terá um impacto financeiro de 26 mil milhões de euros na Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa. No relatório, o Banco Mundial indicou que o custo total da epidemia estimado na região continua «atual». «A epidemia ainda não está sob controlo», insistiu. |