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Ébola: OMS elogia medidas de Cabo Verde na prevenção contra a doença

30 de outubro de 2014

A Organização Mundial de Saúde (OMS) elogiou hoje as medidas tomadas por Cabo Verde na prevenção do vírus do Ébola, considerando que o país, que ainda não registou qualquer caso da doença, está na direção certa, avançou a “Lusa”.

O elogio foi feito à imprensa pelo novo representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Salazar Castellon, indicando que a OMS classifica os países do mundo inteiro em diferentes categorias e o arquipélago está no nível 3 porque ainda não registou qualquer caso.

«As medidas são boas, sem dúvida. O mais importante é que o Ministério da Saúde é muito forte e a vontade política para enfrentar um caso suspeito de Ébola também é muito forte», prosseguiu o responsável, que numa escala de um a cinco avaliou Cabo Verde com uma nota de quatro.

«Nunca um país vai estar totalmente preparado, mas Cabo Verde está na direção certa», sustentou o médico natural da Nicarágua, que falava aos jornalistas durante a apresentação da campanha de vacinação contra a poliomielite em Cabo Verde.

Para o médico, Cabo Verde está a gerir bem os procedimentos para um eventual caso de Ébola e a fazer uma boa campanha de comunicação e esclarecimento das pessoas.

Considerando que Cabo Verde tem características «muito especiais», Mariano Salazar Castellon garantiu que a OMS está a trabalhar «de mãos dadas» com o arquipélago, com apoio material e técnico, para enfrentar a eventualidade de um caso da doença.

O diretor nacional de Saúde cabo-verdiano, António Pedro Delgado, garantiu que o país está a seguir a situação a nível mundial e a realizar as suas ações no arquipélago, mas as pessoas já estão mais informadas e alertadas sobre a situação do Ébola.

Hong Kong eleva medidas de prevenção na fronteira

Hong Kong adotou o nível mais elevado de medidas de prevenção na fronteira para fazer face à ameaça do vírus Ébola, disse o secretário para a Saúde, Ko Wing-man, citado pelo jornal “South China Morning Post”.

Ko Wing-man disse, no entanto, não haver necessidade de impedir cidadãos procedentes de países infetados de entrarem em Hong Kong, uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não o considera necessário.

«Aumentámos as medidas de prevenção na fronteira para o nível mais elevado possível», disse Ko Wing-man na quinta-feira, à margem da 6.ª Conferência Global da Alliance for Healthy Cities, em Hong Kong.

Segundo a “Lusa”, o secretário para a Saúde explicou que as autoridades de Hong Kong aumentaram a monitorização em diferentes áreas, além do controlo nas fronteiras, e que também emitiram orientações para o pessoal médico.

Desde segunda-feira da semana passada, os passageiros oriundos de países atingidos pelo Ébola, ou que visitaram áreas afetadas nos últimos 21 dias, passaram a ter de preencher questionários à chegada ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, afirmou o secretário para a Saúde.

Shin Young-soo, diretor regional da OMS, disse estar confiante de que Hong Kong possa conter efetivamente o vírus.

As declarações do secretário para a Saúde de Hong Kong foram proferidas dias depois de o professor belga Peter Piot, um dos cientistas que descobriu o Ébola em 1976, ter advertido que as medidas de vigilância no aeroporto em Hong Kong eram ineficazes.

Um estudo publicado na semana passada pela revista médica britânica “The Lancet” indicou que o risco de um doente infetado com Ébola viajar para Hong Kong era mínimo, mas que um eventual surto no interior da China iria representar uma ameaça grave.

Hong Kong registou duas suspeitas de infeção com o vírus Ébolas, mas nenhum caso confirmado.