Ébola: Portugal quer colaborar no apoio internacional à África Ocidental – Rui Machete 17 de outubro de 2014 O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse hoje, em Milão, que Portugal está disposto a colaborar no apoio da comunidade internacional ao continente africano para fazer face ao vírus Ébola, focando «naturalmente» os seus esforços na África Ocidental, noticiou a “Lusa”. Em declarações à saída da cimeira ASEM (Ásia-Europa), na qual participou entre quinta-feira e hoje, Rui Machete, que representou o Governo português no encontro de chefes de Estado e de Governo, apontou que o combate ao Ébola foi um dos assuntos em destaque na sessão de hoje, e referiu que «todas as intervenções sublinharam a necessidade de um apoio da comunidade internacional» a África, no qual Portugal está disposto a participar. «Foi acentuada a necessidade de um esforço financeiro grande e de um esforço médico grande. Portugal, de resto, está disposto a colaborar. No sábado passado, o secretário de Estado (norte-americano, John) Kerry falou comigo a esse respeito, e eu disse-lhe que nós, certamente, iríamos colaborar, dentro das nossas possibilidades, embora naturalmente acentuando as zonas que mais nos podem interessar, que é a parte ocidental de África», afirmou. O chefe de diplomacia comentou que, «até agora, felizmente, não há casos nenhuns em países lusófonos, mas há situações muitíssimo graves, designadamente na Serra Leoa, Guiné-Conacri e outros países africanos», e apontou que, na cimeira ASEM, tanto europeus como asiáticos concordaram com a necessidade de a comunidade internacional ser «generosa», de «realmente dar um apoio substancial aos países africanos onde o Ébola se tem manifestado», bem como «garantir a segurança de médicos e enfermeiros». Questionado sobre se está prevista alguma ação no quadro da CPLP (Comunidades de Países de Língua Portuguesa), Rui Machete apontou que está agendada uma reunião da organização para o próximo dia 28, na Guiné-Bissau, e disse ser «natural que (a questão) venha à superfície», dado o risco real de o vírus atingir outros países. Portugal disponível para enviar equipas médicas para a Guiné-Bissau, afirma a DGS Portugal está disponível para enviar equipas médicas para a Guiné-Bissau para manter o país livre do vírus Ébola, disse à agência “Lusa” o diretor-geral de Saúde, Francisco George, noticiou o “i”. Francisco George chegou hoje de madrugada a Bissau, acompanhado pelo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Paulo Campos. O objetivo da visita é reforçar os laços de cooperação entre os dois países, sobretudo agora, com o vírus à porta. «Se apoiarmos os trabalhos de controlo de uma epidemia, os outros países ficam com menos risco», acrescentou Francisco George. Paulo Campos quer perceber durante a passagem por Bissau qual poderá ser o contributo do INEM: «como poderá aqui ser aqui uma ajuda no estabelecimento de ligações, nomeadamente na criação de mecanismos de saúde que possam proteger o povo guineense e, de certa forma, a Europa». Centros de saúde vão ter salas de isolamento temporário Leal da Costa sublinhou que se trata de algo «que já foi feito noutros momentos de doença infeciosa». O secretário de Estado faz questão de frisar que esse isolamento é temporário, «por horas» e que «não se trata dos centros de saúde terem salas de Ébola». Os centros de saúde passam assim a ter espaços para «isolar doentes que possam ser considerados potencialmente em risco até chegar o INEM que os há-de transportar, se for caso disso, para a unidade hospitalar, onde se fará a confirmação do diagnóstico». |