Ébola: Portugal terá acesso ao soro experimental se necessário – ministro da Saúde 08 de outubro de 2014 O ministro da Saúde assegurou hoje que a Direção Geral da Saúde obteve garantias de que Portugal terá acesso ao soro experimental que foi administrado aos doentes que sobreviveram ao vírus do Ébola, avançou a “Lusa”. Paulo Macedo falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde garantiu que Portugal está preparado para responder a eventuais casos de Ébola, o que passará pelo acesso ao soro experimental. Além desta questão medicamentosa, Paulo Macedo disse que Portugal tem vindo a preparar-se para dois cenários: «Para a necessidade de repatriamento de um português que tenha sido infetado pelo vírus e para a importação de um caso do exterior». Segundo Paulo Macedo, existem 10 camas pediátricas (no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto), bem como mais 34 camas para adultos, nos hospitais Curry Cabral, em Lisboa, e no São João, no Porto, prontas para atender possíveis casos de contágio pelo vírus do Ébola. O ministro disse ainda que as orientações relativas à resposta ao Ébola estão a ser permanentemente atualizadas, consoante o conhecimento científico que é alcançado. Na terça-feira, a DGS emitiu um comunicado, indicando que está a analisar os equipamentos de proteção individual que devem ser usados pelos profissionais, bem como o contexto da sua utilização. Esta análise da DGS acontece depois de, na segunda-feira, ter sido confirmado que uma auxiliar de enfermagem espanhola foi contagiada com o vírus, naquele que é o primeiro caso de contágio na Europa e fora de África. A profissional tinha atendido o missionário Manuel Garcia Viejo, vítima mortal do Ébola no dia 25 de setembro, num hospital madrileno. Desconhece-se de que forma se deu o contágio, mas a imprensa espanhola tem indicado que o protocolo seguido, assim como a proteção usada pela profissional, possam não ter sido os mais adequados. O vírus do Ébola já matou quase 3.500 pessoas em mais de sete mil casos conhecidos da doença em países da África Ocidental, sobretudo na Guiné-Conacry, Libéria, Serra Leoa e no Gana. A profissional espanhola tornou-se no primeiro caso de contágio deste vírus na Europa. Portugal equaciona enviar equipa para a Guiné Bissau – ministro Portugal está a equacionar enviar uma equipa para a Guiné Bissau para ajudar a população a dar resposta ao vírus do Ébola «na linha da frente», anunciou hoje o ministro da Saúde. Paulo Macedo esclarecia, desta forma, os deputados da Comissão Parlamentar de Saúde sobre as respostas que Portugal tem definidas para combater eventuais casos de Ébola em Portugal, segundo a “Lusa”. De acordo com o ministro, as autoridades portuguesas têm mantido «contactos sistemáticos» com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), tendo concretizado apoios, ao nível da formação e de envio de material para Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé. Em relação à Guiné, Paulo Macedo pormenorizou o apoio, revelando que as autoridades de saúde estão a equacionar, conjuntamente com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a criação de uma «estrutura para prestar apoio benemérito na chamada linha da frente». «É, de facto, no local que poderemos ser mais úteis», disse, adiantando que o diretor-geral da Saúde vai deslocar-se à Guiné Bissau no próximo dia 17 para avaliar essa possibilidade. Na sua intervenção, Paulo Macedo referiu que, em Portugal, «o risco é baixo, mas o caso é sério«, referindo-se às probabilidades da entrada do vírus no país. A infeção pelo vírus do Ébola de uma auxiliar de enfermagem em Espanha, naquele que se tornou o primeiro caso de contágio na Europa, motivou hoje várias das questões colocadas ao ministro da Saúde. Portugal negou autorização para avião com norueguesa contaminada aterrar Portugal e Marrocos negaram autorização para fazer escala nos seus territórios a um pequeno avião que transportava uma norueguesa infetada pelo vírus do Ébola na Serra Leoa, afirma hoje a televisão espanhola “Antena 3”. De acordo com a mesma fonte, o avião acabou por fazer escala na ilha Grande Canária, onde foi ativado o protocolo de segurança para estes casos. A norueguesa, uma médica de 32 anos que faz parte da organização Médicos Sem Fronteiras, é a primeira pessoa daquela nacionalidade a ser infetada com Ébola, tendo sido retirada da Serra Leoa – um dos países mais afetados pelo vírus – num avião médico. Depois de as análises terem dado resultado positivo, a mulher norueguesa iniciou uma longa viagem de repatriamento, para Oslo, mas a meio do trajeto o piloto alertou para a necessidade de reabastecer o avião. Contactadas as autoridades portuguesas e de Marrocos, nenhum dos países deu autorização para o avião aterrar, tendo o piloto conseguido então parar na Grande Canária, explica a “Antena 3”. O protocolo de segurança foi ativado, mas a torre de controlo do aeroporto proibiu expressamente a saída do avião a qualquer das pessoas ou objetos. O aparelho esteve 40 minutos no local, tendo reabastecido e iniciado a viagem rumo a Paris, onde fez escala para se dirigir a Oslo, na Noruega. |