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Ébola: Presidente da Comissão da UA apela a «resposta africana unida»

08 de setembro de 2014

A presidente da Comissão da União Africana (UA) apelou hoje a uma «resposta africana unida» à epidemia de Ébola, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), já matou mais de 2.000 pessoas na África Ocidental.

Nkosazana Dlamini-Zuma, que falava no início da reunião da UA para definir uma estratégia à escala do continente face à epidemia da doença, apelou a uma «resposta africana unida, completa e coletiva».

Segundo a “Lusa”, a responsável reconheceu que a crise mostrou a «fraqueza dos sistemas de saúde» nos países afetados, apontando a «grave falta» de pessoal de saúde, mas insistiu na necessidade da luta contra a doença não «levar ao isolamento ou à estigmatização das vítimas, das comunidades ou dos países».

«Devemos ter cuidado para não aplicar medidas que teriam um impacto social e económico maior do que a própria doença», adiantou Nkosazana Dlamini-Zuma.

O secretário-executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Carlos Lopes, previu que a crise do Ébola custará «vários pontos do PIB (produto interno bruto)» à Guiné-Conacri, à Serra Leoa e à Libéria, os três países mais afetados, e apelou a África para participar no esforço internacional.

A suspensão de ligações aéreas e o encerramento de fronteiras marítimas e terrestres devem ser discutidos na reunião da UA na capital etíope, onde está sediada.

Luanda entre onze províncias angolanas de “alto risco”

As autoridades de saúde angolanas definiram onze das 18 províncias do país, incluindo Luanda, como de “alto risco” para uma eventual propagação da epidemia da febre hemorrágica do Ébola a Angola, foi hoje anunciado.

A classificação, feita pela Direção Nacional da Saúde Pública, deve-se ao movimento fronteiriço destas províncias, seja por via terrestre, fluvial ou aérea, no âmbito do plano de contingência para controlo e prevenção do vírus Ébola.

Além de Luanda, estão classificadas como de «alto risco» as províncias de Cabinda, Zaire, Benguela, Cunene, Uíge, Malange, Moxico, Lunda Norte, Lunda Sul e Cuando Cubango.

«Em todas essas províncias estão a ser formados os profissionais de saúde e as populações, caso surja algum caso suspeito», adiantou Eusébio Manuel, da Direção Nacional da Saúde Pública.

O responsável, citado pela rádio pública, acrescentou que estão a ser colocados no terreno meios de biossegurança, para proteção dos profissionais.

Angola passou a integrar o grupo de países com risco “moderado a alto” de infeção por Ébola, depois de confirmados casos e mortes na vizinha República Democrática do Congo.

As autoridades sanitárias angolanas reafirmam que o país não conta com qualquer caso suspeito e estão a «redobrar» e a «acelerar» a mobilização de equipas para o controlo, alerta e vigilância sanitária, nomeadamente nos postos de fronteira a norte.

No caso de Luanda, estão em alerta «todos os municípios» da província capital.

As autoridades de saúde estão ainda a preparar o lançamento de um simulacro para testar as condições disponíveis para lidar com possíveis casos de Ébola.

«Não foi identificado nenhum caso. Temos tido alguns rumores e casos suspeitos, mas até agora todos foram descartados», disse ainda Eusébio Manuel.