Ébola: Representantes dos países mais afetados admitem carências 12 de dezembro de 2014 Os três países da África Ocidental mais afetados pela epidemia de Ébola reconheceram ontem em Genebra as carências dos seus sistemas de saúde, e coincidiram que a reconstrução dos respetivos serviços médico-sanitários vai custar centenas de milhões de euros, segundo avançou a “Lusa”. Os representantes dos três países participaram numa conferência de imprensa organizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no âmbito de uma reunião subordinada ao tema “Construção de sistemas de saúde resilientes nos países afetados por Ébola”. O ministro da Saúde da Guiné-Conacri, Rémy Lamah atribuiu à falta de conhecimento da epidemia e também à falta de capacidade de diagnóstico os 2.292 casos registados até agora no seu país, de que resultaram 1.428 mortos. «A falta de capacidade de mecanismos de resposta bem como a debilidade da vigilância epidemiológica fez com que fossemos apanhados de surpresa», acrescentou o ministro. Da Serra Leoa, que registou até agora 1.768 óbitos nos 7.897 casos, esteve também presente o ministro da Saúde. Sem definir um prazo para a reconstrução do serviço nacional de saúde na Serra Leoa, Abu Bakarr Fofanah salientou que esse esforço constitui um «longo procedimento que depende de fatores externos». «Não é um evento, mas um processo. É complicado determinar um prazo porque depende de recursos que devemos negociar», disse. Bernice Dahn, vice-ministra da Saúde da Libéria, disse que com a epidemia, o país «tomou consciência da fragilidade do sistema». Na Libéria, que registou 7.719 casos, entre os quais 3.177 óbitos, as autoridades já estão a preparar o processo pós-Ébola. O objetivo do encontro de alto nível promovido pela OMS foi o de determinar para cada país um sistema básico de saúde que possa responder de forma adequada a crises futuras. «O primeiro objetivo é atingir zero infeções, mas esta resposta deve ser acompanhada de medidas a longo prazo para construir sistemas de saúde resilientes e efetivos», disse na ocasião a diretora-adjunta da OMS, Marie Paule Kieny. O primeiro de caso ébola foi detetado na Guiné-Conacri em dezembro de 2013 e a epidemia foi declarada em março de 2014. |