Ébola: Risco de entrada do vírus na Europa através de carne de caça importada é baixo – peritos 05 de novembro de 2014 A Agência Europeia de Segurança Alimentar (AESA) considerou ontem que o risco de entrada e transmissão do vírus Ébola na Europa através da importação da carne de caça africana é baixo, mas teria «graves consequências» sanitárias. Segundo a “Lusa”, os especialistas da AESA analisaram a questão a pedido da Comissão Europeia, embora o consumo na Europa de carne de animais selvagens africanos, nomeadamente macacos e antílopes, seja «pouco significativo». A importação daquela carne – conhecida por abrigar o vírus Ébola em África – é ilegal na Europa, recordou a AESA. Os peritos concluíram que «o risco de transmissão do vírus Ébola através da carne de caça é baixo» na Europa. Mas «as consequências de uma eventual introdução do vírus seriam graves para a saúde pública dado o nível de mortalidade elevado e a facilidade de transmissão entre humanos», alertou a agência europeia. Os especialistas recomendam que se evite qualquer importação daquela carne. «Uma cozedura completa a 100ºC» também permite «eliminar o vírus», sublinhou a AESA. O último balanço da Organização Mundial de Saúde, de 31 de outubro, indica que a atual epidemia da febre hemorrágica Ébola afetou 13.567 pessoas e causou 4.951 mortos desde o início do ano. Austrália anuncia verba para contratar pessoal para combater vírus na Serra Leoa A Austrália vai canalizar uma verba de 17,5 milhões de dólares (13 milhões de euros) para a contratação de pessoal para combater o Ébola na Serra Leoa, mas não vai enviar profissionais de saúde australianos para o país africano, anunciou ontem o primeiro-ministro, Tony Abbott, revelou a “Lusa”. «Antecipamos que sejam precisas 240 pessoas para fazer o trabalho», disse, indicando que a equipa vai ser formada por pessoal local e por «alguns estrangeiros, sendo possível que uns quantos sejam australianos». O primeiro-ministro anunciou um acordo com a empresa australiana Aspen Medical para o envio de pessoal nos próximos dias para um hospital, com cerca de uma centena de camas, construído pelo Reino Unido, país que se comprometeu a ajudar os australianos que trabalham na região. Abbott, que justificou o recrutamento de pessoal com o facto de se tratar de uma «emergência de saúde», reiterou que a Austrália não vai destacar os seus cidadãos, apesar de não descartar a possibilidade de a Aspen trabalhar com australianos que desejem viajar para aquele país africano. «Preocupa-nos particularmente que o pessoal australiano que se desloca a África Ocidental possa ter acesso adequado a tratamento e aos procedimentos de evacuação», afirmou o chefe de Governo. O Governo australiano vai destinar outros 1,7 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) para o apoio logístico do pessoal no terreno e outra soma similar para a prevenção regional contra o Ébola em países como Timor e Papua Nova Guiné, segundo a agência local AAP. A Austrália já tinha destinado cerca de 15,7 milhões de dólares (12,5 milhões de euros) em ajuda para a luta contra o Ébola na África Ocidental, para onde se deslocaram apenas voluntários australianos. A Austrália, que congelou os vistos de cidadãos de países afetados pelo vírus, não sinalizou qualquer caso, apesar de vários cidadãos terem sido colocados sob quarentena e submetidos a testes de despistagem. Até ao momento, o surto de Ébola afeta sobretudo a Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, onde foram registados quase 10 mil casos, dos quais mais de metade mortais. |