Ébola: Segunda enfermeira contagiada nos EUA declarada curada pelo hospital 444

Ébola: Segunda enfermeira contagiada nos EUA declarada curada pelo hospital

27 de outubro de 2014

A segunda enfermeira infetada com o vírus Ébola nos Estados Unidos, Amber Vinson, foi declarada, na sexta-feira, curada pelo hospital de Atlanta onde está a ser tratada, mas não vai ainda ter alta.

«As análises já não detetam o vírus no sangue» de Amber Vinson, informou o Emory University Hospital, de Atlanta, num comunicado, citado pela “Lusa”.

«Vinson está a fazer progressos», acrescenta o texto, precisando no entanto que a enfermeira vai permanecer na unidade de doenças infecto-contagiosas. «Não temos, de momento, uma data de alta», lê-se.

Tal como Pham, Vinson foi infetada quando tratava de Thomas Eric Duncan, que contraiu o vírus na Libéria, antes de viajar para os Estados Unidos, e que acabou por morrer a 08 de outubro.

Médico internado em Nova Iorque com teste positivo

O médico norte-americano que está internado num hospital em Nova Iorque por suspeita de Ébola teve resultado positivo numa análise definitiva ao vírus, anunciou na sexta-feira a responsável pela saúde pública daquela cidade, Mary Basset.

Numa conferência de imprensa, a comissária de saúde da cidade de Nova Iorque afirmou que o teste, realizado pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, confirmou o resultado de uma análise preliminar realizada na quinta-feira no hospital Bellevue, onde está internado Craig Spencer, um médico norte-americano que esteve a trabalhar na Guiné-Conacri.

Ao lado de Mary Basset, o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, apelou à calma dos nova-iorquinos, afirmando que o Ébola é de «muito difícil» contágio porque não se transmite pelo ar.

«Apenas em contacto direto com os fluídos corporais de um doente», frisou Bill de Blasio sobre a questão do contágio, reforçando que os nova-iorquinos não têm «motivos para mudar de rotina».

O representante precisou que o doente permanece em isolamento no Hospital Bellevue e que estão a ser seguidos todos os passos previstos nos protocolos para estes casos, e como tal «não representa qualquer risco para os cidadãos».

Bill de Blasio, que insistiu que estão a ser tomadas todas as medidas necessárias para proteger os cidadãos, explicou que a noiva de Craig Spencer está «neste momento em quarentena».

Craig Spencer é o quarto caso de Ébola a ser diagnosticado em território norte-americano.

Ébola: Nova Iorque e Nova Jérsia determinam quarentena obrigatória

Os governadores dos Estados de Nova Iorque e de Nova Jérsia ordenaram na sexta-feira a colocação em quarentena obrigatória dos viajantes que tenham estado em contacto com doentes infetados com o vírus Ébola, avançou “Lusa”.

A decisão foi tomada depois de um primeiro caso ter sido confirmado num médico em Nova Iorque.

«A colocação em quarentena voluntária é insuficiente», declarou o governador nova-iorquino, Andrew Cuomo, em conferência de imprensa, justificando: «É um caso de saúde pública demasiado grave».

Esta orientação excede as determinações federais e sucede à hospitalização de urgência, na quinta-feira, em Nova Iorque, de um médico, com 33 anos, que foi diagnosticado como tendo sido contaminado com o vírus Ébola.

O diagnóstico foi feito seis dias depois de ter regressado da Guiné-Conacri, onde colaborou com os Médicos Sem Fronteiras no tratamento dos doentes com Ébola.

Contactos de risco de auxiliar de enfermagem espanhola deverão ter alta hoje

As dez pessoas consideradas contactos de risco com a auxiliar de enfermagem espanhola Teresa Romero, curada da infeção do vírus do Ébola, entre as quais o seu marido, deverão hoje ter alta no Hospital Carlos III, onde passaram 21 dias, avançou a “Lusa”.

Deverão sair de isolamento, além do marido, Javier Limón, quatro enfermeiras e quatro médicos e um outro homem, considerado de baixo risco, que deu já negativo em duas provas ao vírus do Ébola.

Com estas altas, que surgem depois da saída na semana passada de cinco outras pessoas que tinham tido contacto com Teresa Romero, ficam descartados quaisquer casos de risco associado à auxiliar de enfermagem.

A única exceção diz respeito à equipa médica que tem tratado Teresa Romero e que terá que ficar, ela própria, sob observação durante 21 anos para excluir qualquer contágio.

Morreu menina do Mali infetada com o vírus

A menina maliana de dois anos, infetada pelo vírus Ébola, morreu na sexta-feira à tarde num hospital de Kayes, no oeste do Mali, informaram fontes hospitalares e governamentais.

Este foi o primeiro caso de Ébola declarado no Mali.

A menina tinha regressado recentemente da Guiné-Conacri.

«Infelizmente, ela morreu entre as 16:00 e 17:00 (locais, entre 17:00 e 18:00 de Lisboa). A informação foi-me confirmada pelo governador da região de Kayes», disse fonte do gabinete do primeiro-ministro à agência noticiosa “AFP”.

Médicos Sem Fronteiras quer vacinas experimentais para equipas de saúde

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu na sexta-feira que os membros das equipas de saúde na primeira linha da luta contra o surto de Ébola na África ocidental devem ter prioridade a receber vacinas experimentais contra o vírus.

«Os trabalhadores que devem receber a vacina experimental com prioridade incluem as equipas médicas, os trabalhadores comunitários e todas pessoas que envolvidas na luta contra o surto de Ébola (…)», afirmou a MSF num comunicado emitido após uma reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a utilização de vacinas experimentais na luta contra o Ébola.

«Uma campanha de testes sobre o pessoal clínico deve ser seguida por uma campanha de vacinação em massa logo que a sua eficácia (da vacina) seja aprovada», acrescenta a MSF, num comunicado citado pela “Lusa”.

Criticando a falta de decisões concretas produzidas pela reunião da OMS, a organização humanitária apelou à Indústria Farmacêutica e aos governos para incentivarem a produção de vacinas e tratamentos essenciais na luta contra o Ébola.

A OMS anunciou que os primeiros testes de vacinas contra o vírus Ébola deverão começar em dezembro na África ocidental e que centenas de milhares de doses poderão estar disponíveis em meados de 2015.

Neste momento, há duas vacinas experimentais que são as principais candidatas aos testes, uma oriunda do Canadá, outra de uma empresa farmacêutica britânica, mas existem outras cinco de recurso.

Os testes estão dependentes da primeira fase de ensaios clínicos em vários países europeus e africanos, em que se tentará garantir que os produtos são eficazes e seguros.
 
China anuncia nova ajuda de 65 ME para países afetados

A China vai doar mais 500 milhões de yuan (cerca de 65 milhões de euros) à Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os países mais afetados pelo Ébola, anunciou o Presidente, Xi Jinping, na noite de sexta-feira.

O anúncio foi feito durante uma reunião com o Presidente da Tanzânia, Jakaya Mrisho Kikwete, de acordo com a imprensa oficial chinesa citada pela agência “Efe”.

Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa são os três países mais afetados pela febre hemorrágica viral, que já causou 4.877 mortos entre os 9.936 casos registados, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Até à data, a China tinha anunciado vários pacotes de ajuda em material e dinheiro no valor de sete milhões de dólares (5,5 milhões de euros) para os três países mais afetados, Organização Mundial de Saúde e União Africana para lutarem contra a epidemia.

Além disso, as autoridades de Pequim enviaram cerca de 200 especialistas para as zonas mais afetadas para ajudar no controlo e prevenção do atual surto, iniciado em fevereiro.

OMS: Mais de 10.000 casos e quase 5.000 mortes no mundo

Mais de 10.000 pessoas em oito países foram infetadas com o vírus Ébola e quase metade, 4.922, morreram, segundo um novo balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado no sábado.

De acordo com a “Lusa”, no total, registaram-se 10.141 casos de infeção pelo vírus: 4.655 na Libéria, 3.896 na Serra Leoa, 1.553 na Guiné-Conacri, 20 na Nigéria, quatro nos Estados Unidos, um no Senegal, um em Espanha e um no Mali.

O anterior balanço da OMS, divulgado na quarta-feira, era de 9.936 casos de infeção, 4.877 dos quais mortais.

A Nigéria e o Senegal foram declarados livres do vírus há uma semana, depois de passados 42 dias (o dobro do período máximo de incubação, que é de 21 dias) sem nenhum caso de sintomas da doença.

A OMS indica que, em sete meses de surto, 450 profissionais de saúde foram infetados, mais de metade dos quais (244) morreram.
O atual surto de Ébola é o mais extenso e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976.

A OMS decretou, a 08 de agosto, o estado de emergência de saúde pública.