Ébola: Surto na África Ocidental infetou 1.711 pessoas e causou 932 mortos
07 de Agosto de 2014
O surto de Ébola na África Ocidental já infetou 1.711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entre 2 e 4 de agosto, nos quatro países afetados pela epidemia – Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria – registou-se um total de 108 novos casos e 45 mortos.
No total, desde o início do surto, foram detetados 1.711 casos em quatros países: 495 na Guiné-Conacri (351 confirmados, 133 prováveis e 11 suspeitos) e 363 mortos; 516 na Libéria (143 confirmados, 252 prováveis e 121 suspeitos), registando 282 mortos; 691 na Serra Leoa (576 confirmados, 49 prováveis e 66 suspeitos) e 286 mortos e nove na Nigéria (dois prováveis e sete suspeitos) e dois mortos.
A nova contagem foi conhecida ontem, dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou uma reunião de emergência de dois dias sobre a epidemia, para decidir se deverá declarar o surto como «emergência sanitária de alcance mundial», apontou a “Lusa”.
As conclusões do encontro serão anunciadas na sexta-feira, numa conferência de imprensa.
A emergência sanitária de alcance mundial é definida como «um acontecimento extraordinário que é suscetível de constituir um risco de saúde pública para outros Estados com a doença que se propaga a nível internacional e que potencialmente exige uma resposta coordenada», de acordo com um comunicado desta agência das Nações Unidas.
A OMS tem exprimido preocupação porque persistem crenças erradas em relação à doença e a população não renuncia a costumes ancestrais como lavar ou abraçar os cadáveres antes do enterro, ficando expostos ao contágio com o vírus.
A organização ativou a Rede Global de Alerta e Resposta, formada por organizações internacionais, governos, universidades e outras entidades, e solicitou a especialistas em diversas áreas que viajem para os países afetados pelo Ébola para tentar conter o surto.
O plano de resposta, que envolve a OMS e os países atingidos na África Ocidental, está orçado em 100 milhões de dólares e identifica a necessidade de ativar «centenas» de pessoas para ajudar nos trabalhos de prevenção e controlo, além de centenas de trabalhadores humanitários e dos 120 funcionários da organização que se encontram no terreno.
O objetivo final do plano é parar a transmissão e preveni-la em novos países.
A doença, que se transmite por contacto direto com sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ébola na África Ocidental, uma vez que até agora os surtos ocorriam na África Central, e já se tornou na mais letal da história da doença.
A epidemia eclodiu no início do ano na Guiné-Conacri, antes de alcançar a Libéria e Serra Leoa, e agora a Nigéria. A taxa de morte tem sido de cerca de 55%.