ECDC sugere duas doses da vacina para pessoas de risco mesmo previamente infetadas 568

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) recomenda a administração de duas doses de vacina contra a covid-19 a pessoas de risco, mesmo que tenham estado anteriormente infetadas com o coronavírus SARS-CoV-2.

A informação foi avançada por escrito à agência Lusa.

“Na ausência de provas sobre a eficácia de uma dose de vacina em indivíduos previamente infetados contra o previsto domínio da variante de preocupação Delta, […] o ECDC aconselha a administração de um curso completo de vacinação a todos os indivíduos com risco acrescido de covid-19 grave, independentemente da infeção anterior”, indicou o ECDC, por escrito.

Este esclarecimento surge quando países como Portugal, Áustria, Croácia, Estónia, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Eslovénia e Espanha administram apenas uma dose de vacina a pessoas anteriormente infetadas.

Em Portugal, a recomendação é somente uma dose da vacina, sendo administrada seis meses após a infeção.

Sobre esta opção dos países, o ECDC indicou que “as estratégias nacionais de vacinação devem ter em conta o contexto epidemiológico local, entre outras coisas”.

A Lusa questionou também a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre este assunto, que indicou que “as decisões sobre a forma como as vacinas devem ser administradas continuam a ser uma responsabilidade dos organismos especializados que orientam a campanha de vacinação em cada Estado-membro”.

“Estes organismos estão em melhor posição para ter em conta as condições locais, incluindo a propagação do vírus – especialmente quaisquer variantes preocupantes -, a disponibilidade de vacinas e as capacidades do sistema nacional de saúde”, refere a EMA à Lusa.

Neste momento, estão aprovadas quatro vacinas contra a covid-19 na UE: a Comirnaty (Pfizer/BioNTech), Spikevax (Moderna), Vaxzevria (AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

Destas, apenas a Janssen é de dose única, sendo todas as outras administradas em duas doses e com intervalos recomendados pela EMA que variam entre 21 dias (Comirnaty), 28 dias (Moderna) e quatro a 12 semanas (Vaxzevria).