Economista Daniel Bessa: Inovação torna a saúde portuguesa promissora no exterior 348

Economista Daniel Bessa: Inovação torna a saúde portuguesa promissora no exterior

12 de dezembro de 2016

O economista Daniel Bessa realçou, em Coimbra, que a saúde é a única área de atividade em Portugal que se afirma como promissora em termos de inovação no plano internacional.

Na área da investigação e desenvolvimento (I&D), «Portugal está muito aquém da média comunitária, com uma exceção, que é a saúde» disse o antigo ministro da Economia, ao intervir numa sessão do 59.º Congresso Português de Oftalmologia, que decorreu até sábado, no Convento São Francisco.

Na sua opinião, importa que a inovação nas diferentes áreas da saúde «seja levada ao termo da cadeia de valor» e que se traduza «em resultados para os utentes», citou a “Lusa”.

Insistindo no «potencial enorme» da saúde para criar emprego e rendimento, Daniel Bessa disse que «o país pode chegar facilmente à receita» apostando na inovação.

O economista participava numa sessão sobre o futuro da saúde em Portugal, em que o professor Joaquim Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), apresentou o projeto do Subcluster em Oftalmologia, a criar no âmbito do Health Cluster Portugal (HCP).

Joaquim Murta, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia do CHUC, disse que a proposta, concebida sob a sua coordenação, visa «tornar a oftalmologia alavanca do reconhecimento global» da medicina portuguesa.

Ideia lançada há menos de um ano, o futuro Subcluster da Oftalmologia envolve diversos hospitais públicos e privados, empresas do setor, instituições científicas e de ensino e o Ministério da Educação.

Dos contactos efetuados com o ministro da Saúde, os promotores do projeto concluem que Adalberto Campos Fernandes «está particularmente interessado em envolver as estruturas» públicas que integram o Serviço Nacional de Saúde, sublinhou Joaquim Murta.

«Avaliar os resultados dos diferentes centros oftalmológicos nacionais, validando eficiências e racionalização de custos sem perda de qualidade, deslocando o foco da remuneração das unidades do volume para os resultados, criando valor para o doente, criando uma cultura de autoavaliação e melhoria», é outro dos objetivos.

Frisando que «em oftalmologia é mais fácil quantificar», Joaquim Murta afirmou que os pagadores (Estado, companhias privadas ou indústria) «beneficiarão significativamente através deste sistema de cuidados de saúde baseado no valor».

A proposta de “cluster” prevê a criação de uma rede de investigação clínica em Portugal, reconhecida na União Europeia, «em torno de projetos concretos de grande envergadura na área das doenças oftalmológicas».

Essa rede, segundo o professor da Universidade de Coimbra, «possibilitará, paralelamente, um consistente relacionamento» com as empresas, ao nível dos ensaios clínicos, I&D da indústria farmacêutica e biotecnologia.